segunda-feira, 16 de maio de 2005

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

MAL E CULTURA
Um documentário transmitido há dias pela ARD, estação pública de televisão da Alemanha, veio abalar a imagem ainda hoje corrente de Albert Speer, o arquitecto que chegou a ministro do Armamento de Hitler. Tradicionalmente considerado como um gentleman nazi, Speer era visto sobretudo como um inofensivo homem de cultura, que tinha excelentes relações pessoais com o Führer. Sabe-se, agora, que ele participou activamente na organização do Holocausto e que até enriqueceu com bens tirados a judeus. Mas o facto de A. Speer se ter revelado um "organizador do mal" não contradiz o facto de ele ser uma pessoa culta.
Vem isto a propósito da questão levantada por Manuel de Lucena (DN do dia 10) sobre se Hitler era ou não culto. "Sendo a cultura, para muita gente, depois da 'morte de Deus', o sumo Bem, como poderia ser culto este homem no qual, mais do que em qualquer outro, terá encarnado o Mal? Não obstante, lá que a seu modo ele foi bastante culto - muito mais, em todo o caso, do que grande parte dos nossos actuais políticos - eis o que se me afigura inegável."
Concordo com Manuel de Lucena. Só não vejo qualquer incompatibilidade entre a cultura e o mal. A barbárie do nazismo e do Holocausto aconteceu num dos países mais cultos do mundo - não foi no "terceiro mundo" ou na atrasada Rússia. Já aqui lembrei que alguns torcionários nazis eram grandes melómanos. E inúmeros músicos, pintores, poetas, romancistas de primeiro plano, como pessoas foram autênticos estafermos, gente de baixo estofo moral. A cultura é algo excelente, claro. Mas, por si só, ela não defende ninguém do mal. Até pode refinar o mal. Quem espera da cultura a perfeição moral engana-se. O belo e o bem talvez se encontrem algures. Mas, pelo menos por enquanto, eles não coincidem neste mundo.

domingo, 15 de maio de 2005

"Mário Soares: os poemas da minha vida"

Mário Soares Com o "PÚBLICO" de sábado, foi distribuído um livro que se lê com muito agrado. Trata-se de "Mário Soares: os poemas da minha vida", o primeiro de uma colecção dedicada à poesia. A ideia foi sensibilizar os leitores do "PÚBLICO" para a leitura de poemas, através de escolhas feitas por diversas personalidades da vida pública portuguesa. Para começar, tivemos o ex-Presidente Mário Soares e depois virão Freitas do Amaral, Marcelo Rebelo de Sousa, Urbano Tavares Rodrigues, Maria Barroso e Vasco da Graça Moura, entre outros. Cada um fará a selecção dos melhores poemas que leu na vida, mostrando, dessa maneira, a sua sensibilidade ou os seus gostos. Estou em crer que muitos comprarão os livros só pela curiosidade de ficar a conhecer as preferências poéticas das personalidades convidadas a entrar num "jogo" de sedução, para levar os eventuais leitores a olharem um pouco mais para a poesia. Diz Mário Soares, no prefácio, que a poesia é "o veio mais rico, original e fecundo da literatura portuguesa. Críticos e historiadores de literatura, portugueses e estrangeiros, são unânimes nesta opinião. Realmente, desde as Cantigas de Amigo, de Amor, de Escárnio e Maldizer (...), até à novíssima poesia, publicada já no nosso actual século XXI, esse veio poético, de alta qualidade e beleza, tem estado sempre presente, na abundância dos seus diferentes géneros. É por isso, seguramente, que a língua portuguesa tem sido tão marcada pela poesia, no seu desenvolvimento sempre em expansão". Em minha opinião, esta colecção é para ser feita e para ser lida, na certeza de que haverá alguns poemas repetidos. Tão belos são eles. Para além dos poemas escolhidos, o leitor pode contar com notas breves sobre os autores seleccionados. E agora um poema BUCÓLICA A vida é feita de nadas De grandes serras paradas À espera de movimento; De searas onduladas Pelo vento; De casas de moradia Caídas e com sinais De ninhos que outrora havia Nos beirais; De poeira; De sombras de uma figueira; De ver esta maravilha: Meu Pai erguer uma videira Como uma mãe que faz a trança à filha. Miguel Torga

Dia Internacional da Família

Medidas urgentes para a família ficaram na gaveta Famílias numerosas querem abonos actualizados e bilhetes especiais para transportes. CGTP-IN defende o pagamento a 100% da maternidade. (Para ler no DN)

POSTAL ILUSTRADO

Posted by Hello Foto de Crixtina, pseudónimo artístico de Dora Bio

Matriz da Gafanha da Nazaré

Posted by Hello INAUGURAÇÃO E BÊNÇÃO
Sábado, dia 21 de Maio, às 17.30 hoas.
Cerimónia presidida pelo nosso Bispo,
D. António Marcelino.

sábado, 14 de maio de 2005

Serviços Comunitários de Proximidade

O ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou hoje em Braga a criação de serviços comunitários de proximidade "para dar resposta às necessidades dos idosos que exijam cuidados continuados". "Os serviços promoverão a articulação entre centros de saúde, hospitais, unidades de cuidados continuados e paliativos e instituições de apoio social", explicou o ministro, que falava no encerramento do 11º Congresso Nacional de Medicina Interna, em Braga.
(Para ler o texto na íntegra, clique aqui).

RIA DE AVEIRO está esquecida?

Ria de Aveiro
Gabinete de Gestão tarda em aparecer Há muito que se fala de um Gabinete de Gestão Integrada da Ria de Aveiro, para, de uma vez por todos, deixar de haver vários a mandar e poucos a resolver os problemas, complexos, da laguna aveirense. E os mais atentos a esta questão sabem que, aquando da visita do Presidente da República à região, se falou do assunto, tendo Jorge Sampaio dito, com ênfase, que o problema do Gabinete de Gestão tinha mesmo de se equacionar com urgência, para bem da Ria. Cansado de esperar, o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, solicitou ao Presidente Sampaio uma audiência, para discutir o assunto, na esperança de que tudo se resolva o mais depressa possível. Toda a gente sabe que isso é matéria da área governativa, mas também ninguém ignora que o Presidente da República pode dar uma ajuda significativa, chamando a atenção do Governo para a situação. Mas Ribau Esteves não se fica por aqui e critica o Presidente por ter devolvido ao Governo, por duas vezes, o diploma que prevê a criação do Gabinete de Gestão Integrada da Ria de Aveiro, sem que saibamos a razão. Pode ser que o autarca ilhavense esclareça o assunto com o Presidente Sampaio e que a nossa Ria tenha o que merece, para garantir um futuro mais próspero. F. M.

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