sexta-feira, 13 de maio de 2005

Um poema do Bocage

Posted by Hello Já Bocage não sou! Já Bocage não sou!... À cova escura Meu estro vai parar desfeito em vento... Eu aos céus ultrajei! O meu tormento Leve me torne sempre a terra dura. Conheço agora já quão vã figura Em prosa e verso fez meu louco intento. Musa!... Tivera algum merecimento, Se um raio da razão seguisse, pura! Eu me arrependo; a língua quase fria Brade em alto pregão à mocidade, Que atrás do som fantástico corria: Outro Aretino fui... A santidade Manchei!... Oh! Se me creste, gente impia, Rasga meus versos, crê na eternidade! ::
NB: Em 2005, celebram-se duas datas, referentes ao poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage, natural de Setúbal: 240 anos do seu nascimeto e 190 anos da sua morte.
Bocage, também conhecido por Elmano Sadino, não é, como muitos pensam e dizem, o poeta das anedotas. Ele é, de facto, um grande poeta português, cultor do soneto como poucos, e senhor de uma grande sensibilidade. E talvez essa sensibilidade tenha sido apurada pelo infelicidade de uma vida difícil.
Penso que Bocage merece que todos os portugueses leiam os seus poemas.

Matriz da Gafanha da Nazaré

Inauguração em 21 de Maio, às 17.30 horas
No próximo dia 21 de Maio, sábado, pelas 17.30 horas, será inaugurada e benzida a igreja matriz da Gafanha da Nazaré, em cerimónia presidida por D. António Marcelino.
Pelo que se pode ver, a azáfama é grande, para que no dia marcado tudo esteja concluído para a festa, que deve contar com a participação de todos os gafanhões e outros residentes na cidade.
O exterior mostra que houve bastante bom gosto nas obras de restauro e de profunda remodelação, com muito respeito pela traça original, típica, na região, do início do século XX.

quinta-feira, 12 de maio de 2005

Santa Joana vista por D. João Evangelista

Cidade e Diocese de Aveiro
recordam padroeira

 

Hoje lanço um desafio aos amigos de Santa Joana, padroeira da Cidade e Diocese de Aveiro, no sentido de descobrirem quem escreveu sobre a sua vida e santidade e o que disseram. Seria interessante saber-se mais sobre a nossa padroeira, para que os vindouros continuem a honrá-la, a 12 de Maio, e não só, dia da sua partida para o Pai. Como estímulo, socorro-me do livro "Aveiro, suas gentes, terras e costumes", que mais não é do que uma selecção de textos de D. João Evangelista de Lima Vidal, organizada pelo Padre João Gonçalves Gaspar e publicada em 1967, com edição da Junta Distrital de Aveiro. 

Diz, D. João, ao referir-se à lição da Princesa Joana: 

"Não há dúvida de que S. Francisco de Assis teria alma para renunciar, não apenas a um lugar de mercador ou de caixeiro na casa paterna, mas a uma realeza, a uma coroa, a um ceptro, a todas as grandezas e vaidades do mundo; objectivamente, não fez um sacrifício tão grande como Santa Joana que, por amor de Deus e para poder dizer ao mundo que não, renunciou a um trono e, em vez de ser uma rainha, foi uma serva! 
Todos os escritores de Santa Joana são unânimes em dizer que a escolha de Aveiro não teve outro propósito senão recolher-se a prófuga dos Paços Reais de Lisboa ao mosteiro mais pobre que se conhecia por esse tempo na Pátria. 
O seu túmulo é grandioso, é certo; mas lá dentro, daquelas cinzas humilhadas pela pobreza voluntária, pela penitência, pelos sacrifícios, sai cá para fora, através de todos aqueles mármores, de todos aqueles mosaicos, de todo aquele esplendor tumular, o grito desconcertante da alma da Santa: - Não! O nosso mandato no mundo é fazermo-nos semelhantes a Cristo; não a Cristo com arminhos ao ombro, não a Cristo sentado em leito das voluptuosidades - isso não é Cristo - mas a Cristo pregado na cruz. E tudo o que seja uma traição a este mandato, um esquecimento desta missão, que oiçam a voz que clamam daqui, do fundo deste sepulcro, as cinzas da Santa: - Não!" 

FM


Notas:

A Princesa Joana, filha de D. Afonso V e de D. Isabel, nasceu a 6 de Janeiro de 1452, tendo sido baptizada oito dias depois. Nessa altura, foi declarada herdeira do trono. Faleceu em Aveiro, em 12 de Maio, cerca das duas horas da madrugada, e a sua morte causou grande consternação. A notícia espalhou-se tão rapidamente, diz o Calendário Histórico de Aveiro, que, momentos depois, a igreja de Jesus estava apinhada de fiéis.
Em 4 de Abril de 1693, a Princesa Joana foi beatificada e em 1711, no dia 23 de Outubro, os seus restos mortais foram transladados para o túmulo de mármores polícromos, que pode ser apreciado no Museu de Aveiro.
No dia 12 de Abril de 1774, foi criada a Diocese de Aveiro e em 5 de Agosto de 1808, o Bispo de Aveiro, D. António José Cordeiro, considera oficialmente Santa Joana como Protectora de Aveiro.
A Diocese de Aveiro foi extinta em 4 de Setembro de 1882, tendo sido restaurada em 11 de Dezembro de 1938. Em 5 de Janeiro de 1965, o Papa Paulo VI declara oficialmente Santa Joana como Padroeira da Cidade e da Diocese de Aveiro.

Obra do Apostolado do Mar

Posted by Hello Monumento ao pescador, em Buarcos Stella Maris de Buarcos acolhe bem quem vem
José Filipe Lucas, licenciado em História e responsável pelo Stella Maris de Buarcos, garantiu ao SOLIDARIEDADE que a direcção procura sensibilizar os funcionários e colaboradores para a ideia de que a função principal de uma instituição como esta é "acolher bem quem vem, seja de que condição social for, seja de que país for". O mais importante "é que todos sejam bem recebidos", tanto marítimos e seus familiares como outras pessoas, num espaço de convívio e lazer, criado nos anexos da igreja matriz de São Pedro, por iniciativa do seu pároco, padre Carlos Augusto Noronha, também director Nacional da Obra do Apostolado do Mar.
(Para ler toda a entrevista, clique SOLIDARIEDADE)

Um artigo de Sarsfield Cabral, no Diário de Notícias

De volta
Vêm aí as conclusões da Comissão, presidida por Vítor Constâncio, a quem o Governo solicitou uma estimativa do défice orçamental previsível para 2005, na base do Orçamento do Executivo anterior. Sabe-se que o défice de 2004, sem re- ceitas extraordinárias, foi de 5,2% do PIB. E para este ano o ministro das Finanças já referiu valores acima de 6%. A questão do défice vai assim voltar em força, até porque em Junho o Governo apresenta o seu Orçamento Rectificativo para o corrente ano. E aí terá de tomar decisões difíceis.
O primeiro-ministro quis acabar com a chamada obsessão do défice. Sócrates repetiu vezes sem conta que o essencial é a economia, não as finanças públicas. Para Jorge Coelho, a grande mensagem do discurso do Presidente da República no 25 de Abril terá sido essa o que importa é o crescimento económico, não o défice (uma interpretação assaz discutível das palavras de Sampaio). Compreende-se: uma economia a crescer traz mais receita fiscal, o que permitiria - mais uma vez! - conter o défice esquecendo a redução da despesa. Foi o que se passou, com a preciosa ajuda da baixa dos juros, no primeiro Governo de Guterres.
Só que a economia portuguesa esboçou uma retoma no primeiro semestre de 2004, mas a partir daí estagnou, ou quase. E o pouco que cresce deve-se ao consumo interno, não ao investimento nem às exportações. A melhoria na cobrança de alguns impostos, intensificando a luta contra a evasão fiscal, não chegará para travar o défice. E a flexibilização das regras de Bruxelas sobre o défice induz a menos rigor. Ora, com ou sem Pacto de Estabilidade, o actual défice prejudica o País. Terá de se cortar na despesa, no momento em que vários ministros clamam por mais verba. Sócrates ainda poderá vir a lamentar a desdramatização que fez do défice.

HERA: Uma associação que aposta na promoção cultural

Cegonha preta
Fábio Carbone, arqueólogo especializado em Turismo Cultural e do Património e presidente da HERA, Associação Juvenil que tem como objectivos a valorização e promoção do património cultural e ambiental, sublinhou, em "conversa" on-line comigo, que esperam a colaboração de todos para levarem por diante aqueles propósitos. De todos, significa das autarquias, de associações e outras organização, e das pessoas em geral, nomeadamente das que acreditam ser importante cuidar do que nos foi legado pelos nossos antepassados e pela natureza. Assim, a HERA, uma ONG (Organização Não Governamental) vai apostar em desenvolver projectos de sensibilização, em organizar eventos e em fazer levantamento de situações, estando nos seus objectivos desenvolver parcerias com as mais diversas entidades, sempre atenta a uma actuação na base do desenvolvimento sustentável. A última actividade da HERA, denominada "Recuperação de Aves feridas", realizou-se no âmbito do Projecto "Património para as Crianças", de uma parceria com o Hospital Infante D. Pedro de Aveiro.

Bênção dos Finalistas na Universidade de Aveiro

"No coração de cada um, lá mesmo no mais fundo a que podemos chamar o nosso 'jardim secreto', a alegria, como o desejo de a usufruir, é a planta de raízes mais resistentes, que aí é acolhida. Ela resiste a todas as intempéries da vida, mesmo quando trazem no seu bojo tristezas, fracassos, e tudo o mais que traduz desencorajamento e morte. Mas a semente da alegria, que se identifica como uma imorredoura fome de felicidade, calada por momentos breves ou por tempos mais largos, reaparece, de novo, a iluminar o caminho e a estimular o dia que se levanta. Ela está inscrita nos nossos genes e há-de ser companheira eterna da nossa decisão de sonho e de procura." Estas foram palavras de D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, na Eucaristia da Bênção dos Finalistas, que se celebrou no domingo, com a participação de cerca de nove mil pessoas, entre alunos e seus familiares e amigos, reitora, professores e funcionários. Nesta Festa dos Finalistas, organizada pelo CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), em que sobressaiu a alegria dos finalistas, por terem chegado ao fim de uma caminhada longa e difícil, o prelado aveirense sublinhou que, "Um curso que se termina, não pode deixar de ser um curso que continua ou um novo curso que se começa. Curso é sempre caminho, marcha, movimento. A morte está no parar. A vida está na esperança e na decisão que faz ir mais longe". D. António ainda frisou, ao salientar a importância do serviço aos outros, que, "Quem não tiver tempo para os outros, deixará de o ter para si próprio. Quem não experimentar a alegria fecunda de dar aos outros, deixará de sentir a alegria do que tem de seu. Quem não jogar a vida em favor dos outros, acabará por depreciar a sua própria vida".
F. M.
ORAÇÃO DE COMPROMISSO Passo a passo o ser humano cresce e deposita no futuro o sonho e a esperança de que o dia de amanhã traga consigo mais felicidade do que a sentida no momento presente, sem se aperceber que a maior parte das vezes ela está mesmo ao seu lado. De facto o ser humano é um ser privilegiado se pensarmos que só a nós nos foi dada a possibilidade de amar, partilhar e sonhar... É neste sentido que surgem os amigos, aqueles com quem rimos, chorámos, partilhámos e sonhámos... Nesta caminhada universitária, são vários os conhecimentos que nos são inculcados: Literários, Artísticos, Científicos... E se estes são particulares e específicos de cada curso, o saber da vida, o saber amar, o saber partilhar, aproveitar o tempo, e sonhar... são comuns a todos nós! Porque todos integramos uma grande família! E para adquirir estes saberes não precisamos de consultar bibliografias infindáveis, porque eles residem dentro de cada um de nós! Basta que cada um se predisponha a realizar a sua descoberta... Hoje, somos nós aqueles que concretizam mais um sonho, e neste dia de felicidade queremos escrever o compromisso para o nosso futuro! E se somos pequenos diante de tantas missões deste mundo, o essencial é a nossa vontade de viver e de construir uma humanidade mais bela! Na verdade, o projecto que celebramos no dia de hoje
não é só um sonho nosso que se realiza, mas o ideal dos nossos pais, avós e restante família que, onde quer que estejam, estão com certeza a viver este momento connosco! É o sonho da Universidade, Ensino Superior, construir pessoas felizes e servidoras dos outros através do conhecimento aprendido! Nesta hora, elevamo-nos com humildade até ao nosso maior amigo, o maior companheiro da nossa viagem, que não acaba,
mas tem um novo início aqui! Pedimos-Te, aqui, hoje, Deus-Amor-Paz, presente em todos os corações e Religiões da Humanidade, Jesus Cristo, nosso Mestre Pessoal, que faças de todos nós teus companheiros de embarcação e, juntos, convidaremos a felicidade e o amor a remarem e o sonho a tomar o leme dos nossos rumos... e, se às vezes naufragarmos, como sempre, nem que às vezes nos esqueçamos, sabemos que estarás connosco! Assim, nesta nova etapa de vida é nosso compromisso: (todos dizemos) Amar, auxiliar, perdoar e respeitar o próximo nas suas diversidades, em todos os nossos passos futuros, construindo, tijolo a tijolo,
um mundo mais justo; Enfrentar, com confiança, os obstáculos e quedas, tendo a certeza que Tu estás no leme e não nos deixas afundar; Aplicar as aprendizagens adquiridas, de forma justa, honesta, digna, de modo a zelar pelos valores e dignidade humana, tantas vezes esquecida, e preservar o mundo que para nós criaste; Dar o que existe de melhor em nós, sem esperar recompensa, vivendo e transmitindo a criatividade da fé que temos em Ti; E não permitas, Senhor, que esqueçamos o verde da esperança, que hoje enche os nossos corações, e auxilia-nos a cumprir o que assumimos, perante todos, neste maravilhoso dia! Ámen!