quinta-feira, 12 de maio de 2005

Marinho Antunes em entrevista à ECCLESIA

"Manifestações da religiosidade estão em mutação"
Para ler e pensar as festas e devoções em Portugal é imprescindível olhar para o conjunto de dados provenientes de três estudos: uma sondagem no Continente sobre a religiosidade dos portugueses - 3 e 4 de Julho de 1999, Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa; um inquérito exaustivo às paróquias portuguesas, elaborado para o Centro de Estudos Sociais e Pastorais da Universidade Católica; uma sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da UCP, para o Público, RTP e RDP, nos dias 29 e 30 de Abril de 2000, em todo o Continente.Em entrevista à Agência ECCLESIA, o sociólogo Marinho Antunes fala dos estudos efectuados e do caminho que falta percorrer.
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Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

Educação Moral e Religiosa católica

Contributo para um novo humanismo
Na altura das matrículas queremos chamar a atenção dos pais ou encarregados de educação e dos jovens para o lugar importante da Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) na formação global dos alunos das nossas escolas. Esta disciplina cuida do desenvolvimento harmonioso de todas as dimensões da pessoa humana, dirigindo-se não só às faculdades intelectuais mas também à capacidade social, moral e espiritual. Educa para os valores, ajuda a encontrar um projecto de vida, contribui para definir um sentido para a existência pessoal, promove a relação comunitária. Responde, portanto, a muitos problemas e preocupações que, actualmente, se colocam na educação. De facto, conhecemos hoje um grande desenvolvimento técnico, uma oferta abundante de bens de consumo, uma dispersão de propostas lúdicas mas, paralelamente, verificamos um certo vazio interior, o crescimento do individualismo, o desinteresse pelo bem comum. Aumentou a qualidade de vida material mas falta frequentemente uma vida com qualidade, ou seja, com sentido e projecto, com valores, com esperança. Para tornar felizes os nossos jovens não bastam os bens materiais e os conhecimentos. São indispensáveis também a cultura, a ética, a sã convivência, a esperança e o amor. Este é o contributo da EMRC. Certamente que os pais e educadores estão interessados em transmitir aos filhos e educandos tudo o que pode enriquecer a vida deles. Nesse sentido, o património moral e espiritual do cristianismo é um alicerce seguro de humanismo, de fraternidade, de sentido da existência, de dignidade da pessoa humana e de responsabilidade. A situação cultural da Europa, neste início do novo milénio, torna necessária e preciosa esta fonte de cultura e de moral. Procurem os pais e educadores matricular os filhos nesta disciplina. Aos pais pertence decidir a orientação moral da educação dos filhos. É uma riqueza que lhes podem dar. Lisboa, 2 de Maio de 2005 Os Bispos da Comissão Episcopal da Educação Cristã Manuel Pelino, José Alves, Jacinto Botelho e António Marto

No CUFC: "Família e amor, na doença e na morte"

CUFC
No próximo sábado, dia 14, pelas 21.30 horas, vai ter lugar, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), um colóquio, subordinado ao tema "Família e amor, na doença e na morte". Esta é mais uma iniciativa integrada nas celebrações do Dia Internacional da Família, com organização da ADAV (Associação para a Defesa e Apoio à Vida) e da APFN (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas). Edna Gonçalves, do IPO do Porto, falará sobre "Medicina, cuidados paliativos e famílias", João Loureiro, da Faculdade de Direito de Coimbra, abordará "Questões éticas e jurídicas", e Emília Carvalho, do Centro Regional de Segurança Social de Aveiro, debruçar-se-á sobre "Apoio Domiciliário e Segurança Social". A oportunidade dos temas programados para esta acção é mais do que evidente, agora que tanto se fala da legalização da eutanásia. A entrada é livre.

Um artigo de D. António Marcelino

Posted by Hello Pragmatismo e moralismo
Há problemas humanos e sociais, de solução difícil, que todos os dias incomodam. A toxicodependência, o alcoolismo, a sida, as muitas e variadas formas de miséria, o desemprego, a insegurança, a loucura na estrada, a violência em todas as dimensões, a situação de muitos idosos. Estes e muitos outros, os problemas de nós todos.
A procura, a qualquer preço, de resultados imediatos, mostra depressa que é cada vez menos válida e consistente a sua solução. Não há praxis acertada, quando vazia de conteúdos e razões que norteiam um projecto sério, a prosseguir com objectividade, no tempo e com tempo. Mas, entre nós, a tentação de tudo resolver depressa é real.
Já se vai dizendo que o que é preciso é pragmatismo. O moralismo não leva a nada. Porém, os verdadeiros pragmáticos não só não dispensam as ideias e os princípios éticos como sentem necessidade de reflectir sobre eles e o seu alcance, ao avaliar e ao tentar a solução dos problemas. Os primeiros fizeram do seu método filosófico o único critério para julgar a verdade de qualquer ciência e doutrina. Todo o pensamento, assim diziam, existe para a acção e o valor das ideias é apreciado consoante a influência nas atitudes e comportamentos e o modo como os orientam e controlam.
O que se propõe, se é periférico às pessoas, porque não as respeita na sua verdade, capacidade e ritmo, ainda que com algum resultado imediato, não passa de ilusório e passageiro. Os pragmáticos sérios procuram traduzir, em prática exequível, conteúdos a promover e valores a preservar, não se vergando ao êxito fácil e aos louvores.
Uma acção responsável não pode ser fruto de voluntarismo, nem pode ser valorada à base de uma eficiência rápida, nem dos apoios da comunicação social de turno.Hoje vive-se e proclama-se o propósito de ser pragmático em tudo, porque não se pode perder tempo, nem deixar que os problemas apodreçam. É esta uma tendência muito forte dos políticos frenéticos, encaixados nos poucos anos de poder que têm à sua frente. Não se pode perder tempo a estudar nem a avaliar o que já se fez. Há que fazer de novo, mudar os nomes, multiplicar os projectos, esquecer as pessoas. Doença crónica.
Na educação, na saúde, na economia, nos problemas mais prementes, há que saber distinguir o que tem de se resolver já e que ver as causas que produzem e multiplicam os males. Os problemas sérios não se compadecem com soluções de feira, nem com mezinhas que dão para todos os males. O que por aí se lê e se ouve, mesmo por parte de pessoas e serviços oficiais, é confrangedor. A política muda, mas os homens são iguais.
Matar a fome de muitos anos, nem cura o faminto, nem gera riqueza.
A mudança de atitudes é um processo lento, porque é um processo educativo, que propõe valores e estimula novos comportamentos. Se não se enfrenta a realidade, apenas se adiam e escondem os problemas graves, que estão na praça pública.
“Usa o preservativo e acabará a sida; despenaliza o aborto e terminam os abortos clandestinos; multiplica as salas de chuto, dá seringas novas, logo dirás adeus à toxicodependência; promove cursos de formação acelerada e não haverá desemprego; multiplica e agrava as coimas e terás a estrada sem acidentes; aumenta as pensões de velhice e dá passeios aos idosos e sentir-se-ão amados; tira as crianças e os jovens das instituições, dá-os às famílias e logo eles serão felizes; canoniza a homossexualidade e serás moderno; acaba com o ensino privado e o estatal terá mais qualidade; esquece o que disseste ontem e nega se for caso…” Cá está o pragmatismo político, sem ética e sem ideias. Em nome da modernidade. Para bem da pátria. Para subir na tabela dos países evoluídos. Para ganhar votos.
Muitos há que não afinam por este diapasão. Aceitam o incómodo da verdade, respeitam e promovem os direitos das pessoas, são pragmáticos com ideias.
Felizmente.

Um artigo de José de Matos Correia, no DN

A Joana e a Vanessa
Ainda não refeitos do choque provocado pelas circunstâncias que terão rodeado a morte e o desaparecimento do corpo da Joana, somos agora confrontados com o homicídio, também em condições de grande violência, da Vanessa. Indignámo-nos todos, genuinamente, com ambas as tragédias.
Porque roubaram a vida a dois pequenos seres que tinham pela frente uma existência inteira. Porque os actos praticados se revestem de uma maldade inimaginável. Porque os alegados responsáveis são familiares próximos, justamente aqueles de quem se esperaria que tudo fizessem para proteger as crianças a seu cargo.
Como normalmente sucede nestas ocasiões, o tema da violência sobre as crianças tornou-se objecto central das discussões.
Fizeram-se reportagens televisivas, escreveram-se artigos nos jornais, produziram-se análises variadas, promoveram-se debates, recordaram-se casos anteriores de contornos similares, alertou-se para o número elevado de jovens em risco.
Infelizmente, porém, sempre que cada novo crime ocorre constata-se que pouco ou nada mudou.
Penso, por isso, que é cada vez mais urgente que sejamos capazes de compreender os diversos planos em que temos de agir, pois só assim conseguiremos diminuir drasticamente os níveis da violência infantil.
O primeiro plano é, evidentemente, o do Estado. E não apenas pelo facto de uma das suas funções essenciais ser justamente a garantia da segurança das pessoas, em particular das mais vulneráveis.
É que um dos aspectos que mais me impressionaram nestas situações foi o registo burocrático do seu tratamento.
Desde a remessa de papéis de um lado para o outro aos sistemáticos atrasos e adiamentos, aos deficientes canais de comunicação entre os serviços públicos responsáveis, tudo aconteceu.
Em consequência, ficámos com a sensação, porventura injustamente, de que em Portugal os assuntos relacionados com a protecção de menores em risco constituem uma prioridade de segunda linha.
Devemos, assim, exigir ao Estado que se concentre mais e mais naquilo que são as suas tarefas indelegáveis em vez de, como tantas vezes sucede, se intrometer onde não é necessário nem chamado.
E o combate à violência de que as crianças são alvo é, certamente, uma dessas tarefas indelegáveis.
O segundo plano é o da sociedade. Embora reconhecendo que o Estado tem que desempenhar um papel central, não podemos cair no erro habitual de transferir para ele todos os encargos.
Uma sociedade que regista um tão elevado grau de desrespeito pelos direitos fundamentais das crianças é, evidentemente, uma sociedade doente. Nessa medida, cada um de nós deve ser convocado para o combate a estes dramas.
Não nos demitindo das nossas responsabilidades cívicas, ficando atentos aos sinais, intervindo junto das entidades competentes sempre que isso se justifique.
O terceiro plano tem que ver com a política criminal. Sei que é politicamente correcto elogiar, no plano dos conceitos e da medida das punições, a legislação penal portuguesa.
Por mim, tenho fundadas dúvidas acerca de muitas soluções vigentes, que frequentemente parecem mais preocupadas com os que cometem um crime do que com as vítimas ou com a defesa da própria sociedade.
E, em casos de homicídios de crianças, ainda para mais envolvendo a utilização de elevada violência, vale a pena ponderar seriamente se a pena aplicável é adequada à gravidade dos factos praticados.
Uma conclusão me parece, porém, impor-se.Desta vez, as coisas não podem mais permanecer na mesma.
Devemos isso aos milhares de crianças em risco, pois não podemos nunca esquecer que aquilo que para a generalidade de nós é uma estatística, para cada uma dessas crianças representa um martírio quotidianamente repetido.
Mas devemos isso também, muito especialmente, à memória da Joana e da Vanessa.

DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA

É preciso combater a promiscuidade sexual
Foi em 1993 que a Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o dia 15 de Maio como Dia Internacional da Família. Desde essa altura, a ONU tem celebrado este dia, chamando a atenção para determinadas questões que influenciam o dia-a-dia da Família. O tema para este ano é "Bem-estar da Família e HIV/SIDA". A ideia é chamar a atenção para a doença que tem afectado de forma trágica e profunda muitas famílias. Os números são medonhos: Em 2003 quase cinco milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV, o maior número de qualquer ano desde o começo da epidemia. A nível mundial, o número de pessoas que vivem com HIV continua a crescer: 35 milhões em 2001 38 milhões em 2003 No mesmo ano, quase três milhões de pessoas morreram com Sida. Mais de 20 milhões já morreram desde que os primeiros casos de SIDA foram identificados em 1981. Em 2003, 15 milhões de crianças com menos de 18 anos ficaram órfãs, devido a HIV/SIDA, dos quais oito em cada dez vivem na África sub-sahariana. Ainda mais milhões de crianças vivem em lares com membros da família doentes e a morrer. Os efeitos da epidemia atravessam todos os aspectos da vida das crianças: o seu bem-estar emocional, segurança física, desenvolvimento mental e saúde em geral. Muitas vezes as crianças têm de deixar a escola para ir trabalhar, tomar conta dos pais ou irmãos e pôr a comida na mesa. Estas crianças estão muitas vezes mais em risco de subnutrição e de serem vítimas de violência, trabalho infantil exploratório, discriminação e outros abusos. A chamada geração de órfãos sofre vulnerabilidades particulares e carece de atenção específica desesperadamente. Estes números demonstram que ainda não se vislumbram frutos do enorme esforço económico dispendido pelos governos e outras instituições para suster o avanço desta pandemia, provavelmente por estarem a seguir estratégias erradas. Neste campo, o Uganda aparece como caso de sucesso, por ter apostado fortemente numa prevenção acertada, fundada no combate à promiscuidade sexual, com o envolvimento das autoridades ao mais alto nível. Fonte: APFN (Associação Portuguesa de Famílias Numerosas)

ÍLHAVO: Festinha da Família

Integrada nas comemorações do Dia Internacional da Família, que se celebra no dia 15 de Maio, o projecto VIDA MAIS organizou uma Festinha da Família, que se realizará no Centro Paroquial de Ílhavo, no dia 17, pelas 14.30 horas.Nesta Festinha, vão participar 16 Lares de Idosos dos 21 que VIDA MAIS apoia, através do seu Serviço de Voluntariado. Trata-se de mais uma iniciativa que vai ao encontro dos menos jovens e às vezes dos mais esquecidos da sociedade, que bem merece toda a ajuda possível. A Festinha vai ser animada, pois está a ser preparada com muito cuidado, para que nada falte aos utentes dos lares participantes.