Há sempre portas que se abrem para entrar na blogosfera. Como vai ser o caso, durante uns dias, enquanto estou longe do meu habitual local de trabalho. Motivos também não faltarão. Só os recursos técnicos é que escasseiam, nomeadamente a nível de fotografia. Depois apresentarei alguns Postais Ilustrados do que vi.
F.M.
segunda-feira, 2 de maio de 2005
domingo, 1 de maio de 2005
Um artigo de Alice Vieira, escritora, no Jornal de Notícias
Pó e fé
Tinha chegado cedo demais ao encontro, a minha obsessão da pontualidade dá sempre nisto e, de repente, aquela igreja da Baixa, onde eu já não entrava há tanto tempo, pareceu-me o lugar ideal para esperar pelas dez horas. Estava uma manhã nublada, não tinha sido uma semana fácil, e apetecia-me uns momentos de serenidade e recolhimento, pensar na vida, essas coisas. Lá dentro não estariam mais do que três pessoas e sento-me pelo meio. De repente, vindo sabe-se lá donde, um ronco entra pelos meus ouvidos dentro e é então que descubro junto ao altar, uma jovem loira desembaraçadíssima, de bata azul e mangas arregaçadas, na saudável missão de limpar a igreja com um potente aspirador aos pés. De certeza que não houve recanto nem santo que lhe escapasse, e o aspirador lá era atirado nave acima nave abaixo, numa barulheira ensurdecedora, mais um empurrão e lá vai ele contra os lugares da nave central, e mais outro empurrão e lá vai ele contra os das naves laterais, e tudo aquilo na maior barulheira, e eu quero abstrair-me, pensar na vida, essas coisas, mas é impossível, e mudo então de lugar, sento-me a um canto, e penso mesmo muito, muito na vida, e fecho os olhos, pode ser que assim. Mas nem assim. O barulho do aspirador não termina mais, entra pelos nossos ouvidos, abafa o pensamento - e de repente alguém me bate no ombro. É a rapariga loira, no seu afã de não deixar nem um grão de poeira, "olhe, faz favor passe para outro lado que eu preciso de ligar o aspirador à ficha que está aí nesse canto".
Nada a fazer. Acabo por sair, juntamente com uma velhota que abana a cabeça furiosamente e se perde pelas ruas a falar sozinha. Eu sei que a rapariga estava a fazer o seu serviço, e que as igrejas têm, evidentemente, de ser limpas. Mas não poderiam sê-lo durante as horas em que têm as portas fechadas? É que não há fé, por mais forte, que resista ao ronco de um aspirador.
Para um Envelhecimento Activo
As Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres organizam, no próximo dia 3 de Junho, a I Jornada sob a epígrafe "Para um Envelhecimento Activo - Descobrir Novos Caminhos".
O encontro vai ter lugar no Lar Santa Beatriz, Auditório S. José, em Fátima.
Programa e ficha de inscrição podem ser consultados e descarregados clicando aqui
Fonte: Solidariedade, mensário da CNIS
Dia do Trabalhador - 1 de Maio
Celebra-se hoje, por todo o mundo livre, o Dia do Trabalhador. Há festas por aqui e por ali, mesmo entre nós, porque os trabalhadores precisam de ser optimistas e de acreditar sempre num futuro melhor.
Eu sei, todos sabemos, no entanto, que há bons e maus trabalhadores, como há bons e maus empresários. Porém, acredito que, apesar de tudo, são mais os bons que os maus, em ambos os sectores. Daí o progresso e um certo bem-estar que no fundo a maioria pode usufruir.
Contudo, se olharmos para o País e mesmo até somente à nossa volta, não podemos ficar indiferentes aos muitos desempregados e a outros tantos que vivem com o credo na boca, tão periclitantes são os seus empregos. Portugal tem qualquer coisa como perto de 500 mil desempregados, que não podem deixar de sentir pouca alegria para festas. E também é verdade que raro é o dia em que não aparecem nos órgãos de comunicação social manifestações de trabalhadores a reclamarem, simplesmente, o direito ao trabalho, perante a ameaça ou a certeza do encerramento das suas fábricas.
Claro que estes trabalhadores, com os encargos inerentes às suas vidas familiares, com rendas ou prestações de casas para pagar, com filhos a estudar e para sustentar, não podem pensar em festas, por mais que se pregue que tristezas não pagam dívidas.
Ora eu penso que o Dia do Trabalhador devia servir a todos, empregadores e empregados, para estudarem a melhor forma de garantir trabalho a toda a gente. Isto, porque não é com subsídios estatais que se garante o futuro de quem quer que seja. Os subsídios são sempre uma ajuda. E só isso.
Fernando Martins
Um livro de E. P. Sanders
"A verdadeira história de Jesus"
"A verdadeira história de Jesus" é mais um livro do teólogo E. P. Sanders, que foi professor de Exegese na Universidade de Oxford a partir de 1984. Mais tarde leccionou na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, no Trinity College, de Dublin, e na Universidade de Cambridge. Com este currículo, não é nenhum curioso.
Este seu livro foi editado em Portugal pela Editorial Notícias, sendo a tradução de Teresa Martinho Toldy e Marian Toldy. Faz parte da colecção Biografias, que já editou "João Paulo II - A vida de karol Wojtyla", "Yitzhak Rabin - Missão inacabada", "Por Timor - Biografia de D. Ximenes Belo" e "Lula - Do agreste ao Planalto", entre outras obras.
Deste livro de E. P. Sanders, que se lê com gosto e crescente interesse, o autor consegue situar-nos no tempo, através de uma linguagem acessível e com recurso a fontes históricas coetâneas. Por comparação com outras descrições históricas da mesma época, o autor oferece-nos muitas imagens que nos conduzem, certamente, à vida real de Jesus, sobretudo ao período menos conhecido.
A propósito desta obra, D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, realça que, "Com minúcia de intérprete e transparência de Mestre, o Prof. E. P. Sanders tenta reconstituir a fisionomia histórica de Jesus através da fidelidade às fontes, à releitura das comunidades nascentes e aos contextos de uma Pessoa. É uma delícia cultural a travessia de muitas das suas páginas!".
Também o Padre Carreira das Neves, conhecido biblista, frisa que "A chave hermenêutica do Prof. E. P. Sanders reside no tema da 'restauração escatológica'. Como ninguém, Sanders conhece profundamente a cultura tecnológico-literária judaica da escatologia e conclui que o Deus da Aliança com o seu povo de Israel consuma em Jesus essa mesma aliança de restauração escatológica2.
As inúmeras referências e citações de historiadores contemporâneos de Jesus Cristo, para além da análise dos textos bíblicos e as notas de rodapé com bastantes pormenores, ajudam a compreender melhor o rigor posto neste livro pelo seu autor. É, portanto, uma obra para ler, depois de tantas outras que ultimamente trouxeram confusão a muitos crentes.
Fernando Martins
sábado, 30 de abril de 2005
DIA DA MÃE - 1 de Maio
Emilio Velilla, Primeiros Passos
SER MÃE
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
luz que lhe põe nos olhos novo brilho!!!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é padecer num paraíso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Coelho Neto
NB: A Foto e o Poema foram seleccionados pelo Prof. Dinis Alves e fazem parte de um belíssimo trabalho que pode ser apreciado na Net, clicando aqui.
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