terça-feira, 18 de janeiro de 2005

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

De hoje até 25 próximo, vai decorrer em todo o mundo a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, este ano subordinada ao tema "Cristo único fundamento da Igreja". Cristãos das diversas denominações vão ter uma preciosa oportunidade de orar para que todos se amem e testemunhem, no dia-a-dia, que Jesus Cristo é, de facto, o único Salvador. O diálogo ecuménico precisa, realmente, de gestos significativos, como recomendou o Santo Padre, que frisou a urgência de se "implorar de Deus o dom da plena unidade de todos os discípulos de Cristo". Mas se é verdade que o caminho da plena unidade tem de contar com a oração, também é correcto pensar que os cristãos podem ensaiar a aproximação organizando e participando em iniciativas conjuntas, salutar forma de mostrar vivências fraternas, nomeadamente, na resposta à pobreza ofensiva da dignidade humana, na defesa de valores perenes que o cristianismo nos ofereceu, em especial a justiça, a verdade, a paz, a liberdade e o amor. Durante esta Semana, por todo o mundo cristão, não hão-de faltar celebrações, com promessas de que vamos ser mais irmãos e de que no dia-a-dia todos saberão mostrar isso mesmo, tanto em gestos simples como em realizações concretas levadas à prática de mãos dadas. Aliás, isso mesmo vai acontecendo, como o provam os testemunhos da Comunidade Ecuménica de Taizé, onde monges de várias Igrejas cristãs conseguem rezar e viver juntos, tal como foi visto e sentido no recente Encontro de Lisboa, que contou com a participação de mais de 40 mil jovens da Europa. Um outro bom testemunho de unidade e de solidariedade mundial está no esforço de ajudar as vítimas do maremoto que massacrou o sudeste asiático. É premente, porém, fazer-se mais, tanto nas respostas aos grandes problemas das comunidades como na defesa de causas comuns, sem proselitismos nem demagogias, mas convictos de que assim estaremos a caminhar em trajectos convergentes, cujo fulcro único é Jesus Cristo. A celebração mundial deste tempo de oração começou na Igreja Episcopal [anglicana], nos EUA, em 1908, por iniciativa do Reverendo Padre Paul Wattson. Actualmente, a Semana de Oração é celebrada por milhões de cristãos no mundo e o decreto sobre o ecumenismo, saído do Vaticano II e promulgado em 1964, considerou a oração como a "alma" do movimento ecuménico. Contudo, não podemos ficar somente pelas celebrações, sendo imperioso aproveitar oportunidades como esta para educar as comunidades cristãs, no caminho da reconciliação, planeando acções ecuménicas durante todo o ano. Mas isso implica a necessidade de todos nos envolvermos nelas, cada um à sua medida. O contributo de cada um é fundamental. A nossa indiferença e falta de oração torna-nos cúmplices da separação escandalosa que há séculos alimentamos. E nunca como hoje o "vede como eles se amam", do evangelho, se mostra tão urgente. Fernando Martins Posted by Hello

No fim do dia

No fim do dia, cá estarei para duas curtas reflexões: Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e Pobreza no Mundo. E algo mais que seja boa notícia. Fernando Martins

segunda-feira, 17 de janeiro de 2005

Um poema de MIGUEL TORGA

Êxtase Terra, minha medida! Com que ternura te encontro Sempre inteira nos sentidos, Sempre redonda nos olhos, Sempre segura nos pés, Sempre a cheirar a fermento! Terra amada! Em qualquer sítio e momento, Enrugada ou descampada, Nunca te desconheci! Berço do meu sofrimento, Cabes em mim, e eu em ti! Monforte do Alentejo, 28 de Dezembro de 1968 In Diário XI

MIGUEL TORGA morreu há dez anos

Miguel Torga morreu há dez anos, precisamente no dia 17 de Janeiro de 1995. No dia seguinte, foi sepultado em campa rasa no cemitério de S. Martinho de Anta, sua terra natal. O autor de "A Criação do Mundo", dos "Contos da Montanha", do "Senhor Ventura", das peças de teatro "Mar" e "Terra Firme", do "Diário" e de tantas outras obras, marcadas todas elas por um sentido poético raro e pela dureza da montanha agreste que viu nascer Torga e que ele tanto amou e cantou, enriqueceu a literatura portuguesa e universal como poucos. Eterno indigitado ao Prémio Nobel da Literatura, nunca o recebeu, porém, por lhe faltar, decerto, o lóbi de grupos e de correntes literárias e políticas a que sempre foi avesso. Neste dia em que os seus admiradores lembram a sua morte, mas também a sua extensa e riquíssima obra, que se estendeu da poesia ao romance, passando pelo conto, pelo teatro e pelo ensaio, mas ainda pelas memórias que tão expressivamente registou sob a forma de diário, vale a pena ler ou reler "MIGUEL TORGA - FOTOBIOGRAFIA", obra organizada por sua filha Clara Rocha, com prefácio de Manuel Alegre. E se é justo sublinhar o texto com que Manuel Alegre homenageou Miguel Torga, por tão rico ele ser, e que tem por título "O rosto de Viriato", outros há, não menos singulares, nesta FOTOBIOGRAFIA, sob a forma de depoimentos. São eles de António Almeida Santos, António Arnaut, Claire Cayron, Jorge Amado, Mário Soares e Sophia Mello Breyner Andresen. "MIGUEL TORGA - FOTOBIOGRAFIA" é um livro obviamente cheio de fotos que retratam a vida do poeta, bem enquadradas por textos de sua lavra e por legendas que nos ensinam os caminhos que ele percorreu e que nos ajudam a compreendê-lo melhor. "O espírito de Torga não é só o que está nos textos, não é só o verbo que se fez obra, como corpo, como terra, como língua, como pátria. Quando o poeta morreu, quando o seu caixão baixava à cova no cemitério de S. Martinho / Agarez, eu disse que era um pedaço de Portugal que estava a ser enterrado. Talvez o que procuro sempre que volto a Torga seja este pedaço de Portugal ressuscitado, esse espírito de fidelidade à raiz, esse modo inconfundível de ser do mundo sem trair o berço e de ser tanto mais universal quanto mais coerentemente e profundamente português." Assim fechou Manuel Alegre o texto "O rosto de Viriato", com que abriu a FOTOBIOGRAFIA do poeta. E assim, também, nos abriu a porta a um livro que deve ser lido pelos portugueses que amam os poetas lusos. Fernando Martins Posted by Hello

LIVRO: porta aberta para o conhecimento

A Associação de Professores de Português (APP) lançou um convite a todos os docentes e a todas as escolas do País, para que incentivem a leitura. Assim, por proposta daquela Associação, de 14 a 18 de Março, haverá sessões de leitura nas aulas de Português (E por que não nas outras?) para promover, junto dos alunos, a ideia de que ler e saber ler bem é muito importante. Aliás, um livro é, normalmente, uma porta aberta para o conhecimento, para a descoberta, para o encontro com os outros, em suma, para a formação integral da pessoa. A campanha organizada pela APP, denominada "Ler Consigo", pretende, também, que os professores e escolas convidem pais e encarregados de educação, vizinhos e amigos dos alunos, bem como personalidades relevantes das comunidades, a visitarem a sala de aula e a lerem um texto por si escolhido. Num país como o nosso, que é conhecido por ocupar os lugares mais baixos da tabela, na Europa, quanto a índices de leitura e de literacia, embora se editem boas obras, torna-se mesmo importante, direi mesmo indispensável e urgente, que algo se faça para que o povo português comece a ler mais. E a melhor maneira de o fazer será, sem dúvida, começando pelos alunos das nossas escolas, de qualquer grau de ensino, e pelos seus professores, muitos dos quais, como por vezes se percebe, também não gostam de ler nem lêem com frequência. Para mais informações, consultar www.app.pt/lc , onde há textos de apoio disponíveis e propostas de actividades. F.M. Posted by Hello

V ENCONTRO NACIONAL DE APOIO AO IMIGRANTE

Abertura maior às comunidades estrangeiras mais fechadas Terminou ontem, domingo, em Fátima, o V Encontro Nacional de Apoio ao Imigrante. Foi uma iniciativa que procurou descortinar os problemas sentidos e vividos pelos imigrantes que trabalham e vivem entre nós, bem como chamou a atenção para as respostas urgentes que a comunidade nacional tem a obrigação de dar, na linha do que recomendou o Papa João Paulo II: “Aquele que bate à tua porta é Jesus Cristo – dá-lhe abrigo.” Do conjunto das intervenções e dos testemunhos apresentados, podemos destacar que a habitação é um direito para todos e que urge eliminar algumas burocracias exigidas aos imigrantes na hora da aquisição de casa. A este nível, ainda for recomendado que é preciso pressionar as autarquias para que implementem políticas mais adequadas ao realojamento. Por outro lado, foi sublinhada a importância de os imigrantes respeitarem as normas e deveres de cidadania, pois, muitas vezes, essa não observância é potenciadora de maior exclusão social. Apontou-se a premência de lhes serem proporcionados espaços de culto, mas também foi dito que é preciso facilitar as visitas às suas famílias e incentivá-los a cumprirem os deveres de cidadania e a experimentarem boas práticas de economia. Neste V Encontro foi frisado que os portugueses têm de usar formas de acolhimento não discriminatórias, já que os imigrantes são seres iguais a nós, envolvendo toda a comunidade e não só a Igreja Católica no trabalho com os estrangeiros que se radicaram entre nós, sempre em parceria com as Associações ligadas a este sector soicial. Ainda foi salientado que urge fazer uma aproximação amiga às comunidades estrangeiras mais fechadas. F.M.

domingo, 16 de janeiro de 2005

INCRÍVEL

Por incrível que possa parecer, há médicos e doentes que fumam nos hospitais. Daí que a Sociedade Portuguesa de Pneumologia esteja a estudar planos antitabágicos, para combater, de forma convincente, tal hábito pernicioso, conforme revelou o PÚBLICO. Em Portugal ainda não existe nenhum hospital livre de tabaco, apesar de a legislação proibir o fumo nas unidades de saúde, o que não deixa de ser lamentável, tanto mais que a classe médica é, ou devia ser, a que tinha obrigação de lutar contra o uso do tabaco, como um dos grandes causadores do cancro do pulmão. Argumenta-se que os médicos fumam porque a sua profissão é de grande desgaste e está muito sujeita ao stresse, sendo o tabaco, dizem alguns, uma das formas de o mitigar. Mas será mesmo assim? Ora acontece que, apesar de se fumar nos hospitais, é neles e nos centros de saúde que há centenas de consultas que podem ajudar o fumador a pôr de lado o tabaco. Mas com médicos a fumar, a darem um exemplo tão negativo, como será possível que as consultas sejam convincentes? F.M. Posted by Hello

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