“No Grande Norte, a Natureza é pródiga, isso sim, em campos de gelo derivante, em ondas de frio que queimam, em ventos uivantes furiosos que afundam navios, mesmo assim incapazes de rasgar o manto negro da noite que nos envolvia continuamente, como se o Sol tivesse sido desterrado ou deixado de existir.
Foi por aqui, por estas paragens desoladas, que passei alguns dos anos mais válidos da minha vida.
Só nas recordações da família longínqua, espécie de prece entranhada nas profundezas da alma, todos os dias murmurada com emoção, se entranhava a chama intensa e crepitante a lareira acesa, fonte de luz e calor, que tanto ansiávamos partilhar, sentir na face… mas… dia após dia, sempre adiada, sabia-se lá por quanto tempo!”
In "Ecos do Grande Norte"