domingo, 26 de janeiro de 2025

Um poema de Eugénio de Andrade


OS AMIGOS

Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;
uns iam, outros vinham;
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede de alegria  —
por mais amarga.