Diz um velho ditado que “não há sábado sem sol, domingo sem missa e segunda-feira sem preguiça”. Não sei se neste fim-de-semana se cumpriu em pleno, mas no que diz respeito à segunda-feira, hoje, tenho a certeza que se está a cumprir o ditado. Estou, realmente, com preguiça.
Acordei com vontade de ser verão, temperatura a condizer e sol a brilhar. Levantei-me tarde, sim senhor, pelo que não posso confirmar se houve nevoeiro ou as habituais neblinas matinais. O dia está como eu gosto.
Pela única janela do meu sótão, vem-me o apelo para que saia, que aprecie a vida de quem corre para o trabalho e para as canseiras de toda a ordem. Mas não pode ser, encrencas de saúde aconselham-me a ficar por aqui.
O nosso fim de semana, pelas encrencas, foi monótono, direi melhor, foi muito tranquilo. Quem levou e ainda leva uma vida ativa, com preocupações salutares, sabe o valor das ocupações pensadas pela positiva. Mas quando ligo a televisão, fico perturbado com o mostruário de uma guerra sem fim à vista. E penso nos seus autores com corações de granito, impiedosos, sádicos e nem sei que mais. O prazer deles e dos seus sequazes é o sofrimento dos outros. Os monstros das guerras nunca mais verão, com liberdade plena, o sol a brilhar. Ficarão escravos dos seus próprios ódios.
Fernando Martins