A minha saudosa mãe nasceu neste dia e mês do ano 1910 e faleceu em 15 de maio de 1994. Tinha, pois, 84 anos e sempre viveu com lucidez, embora tivesse enfrentado trabalhos e doenças que soube vencer com coragem e determinação. Filha de Manuel José Francisco da Rocha e de Custódia de Jesus, era por temperamento uma Facica. A propósito deste apelido, diz a Lita que herdei dela o hábito de “ter sempre razão”. Se calhar, é verdade.
Por ser de baixa estatura, ficou na vida conhecida por Rosita Facica.
Ora a minha mãe, como decerto todas as mães, deixou nos filhos, eu e o meu irmão Armando, o Menino, em casa, e o Grilo, na sociedade gafanhoa, essa maneira de estar na vida. Mas tenho para mim que aquele hábito herdado de minha mãe e dos seus antepassados se foi atenuando pela educação recebida, e hoje, francamente, penso que não sou assim.
Recordo a minha querida mãe neste dia que ela e nós celebrávamos, não com pompa e circunstância, mas com a naturalidade de uma família remediada. Nunca faltava o bolo tipo pão de ló que ela sabia fazer com maestria, aletria e pouco mais. Não havia, na minha infância e juventude, o hábito de dar prendas. Isso veio mais tarde com a sociedade de consumo que entretanto nasceu e foi crescendo.
Que Deus a tenha aconchegada no seu seu regaço maternal.
Fernando