Tenho andado a ler, sem pressas, mais um livro de José Tolentino Mendonça — REZAR DE OLHOS ABERTOS —, poeta, cronista, ensaísta e cardeal, com edição da QUETZAL. Na minha ótica, trata-se de uma obra que toda a gente pode ler, mesmo os não crentes. Os textos, curtos e expressivos, abordam os temas mais diversos dos nossos quotidianos, levando-nos a refletir sobre a vida, numa perspetiva das nossas relações connosco próprios, com os outros e com Deus.
“Recebemos a aurora e o verde azulado dos bosques. Recebemos o silêncio intacto dos espaços. Recebemos a música do vento. Mas recebemos igualmente a sofrida marcha da história”, assim nos desperta numa primeira página, em jeito de desafio para iniciarmos a leitura. Textos curtos, uma página para cada um, que são, no fundo, desafios à reflexão e à descoberta da nossa sensibilidade, rumo ao encontro dos outros que podem ser os caminhos de Deus.
Sobre a utilidade de um livro deste género, Tolentino Mendonça diz na apresentação que “Ele foi pensado não como um livro sobre a oração, mas como um caderno de práticas de oração”, que lhe ofereceram “a oportunidade de reunir um conjunto de orações” que foi elaborando. E salienta: “Muito despretensiosamente, a imagem que me vem ao pensamento é a forma como se aprende a nadar. Podemos escutar as teorias más díspares e ficar por muito tempo como espectadores da natação dos outros. Mas a nossa história de nadadores começa apenas quando nos atiramos à água.”
O livro apresenta no final:
Índice onomástico de autores e artistas
Índice onomástico de personagens bíblicas e santos
Índice de obras literárias e artísticas
Índice geral sobre os temas abordados