Andámos pela Rua Direita um dia destes, por vontade expressa da Lita. Dizia-me que a rua estaria mais voltada para os turistas que demandam Aveiro, não só pelos canais de Ria, mas também pelos moliceiros que já não andam ao moliço e pelos ovos-moles de sabor único, decerto pelo seu fabrico secreto... Diz-se que foi assim batizada, apesar de ser às curvas, por nos conduzir mais depressa ao olho da cidade. Pode ser... Se não for, que alguém nos esclareça. E o que vimos?
Não havia por ali nenhuma multidão, mas notava-se quem era turista: Olhos bem abertos nas montras das lojas, com destaque para os ovos-moles, artesanato e bares. Nesse vaivém, que não foi tão demorado quanto desejado, reparámos que havia lojas renovadas e algumas à espera disso. Fixei os meus olhares numa dessa e recordei então que ostentava um símbolo digno de ser protegido e salientado. Trata-se do velho prédio que ilustra esta mensagem onde se vê, claramente, a vieira ou concha que denuncia a hospedagem de peregrinos de Santiago. Segundo a tradição, os peregrinos que estacionavam em Albergaria, procediam a um desvio para venerarem a Padroeira de Aveiro, Santa Joana, que afinal ainda é a Beata Joana, à espera que o Papa se decida por declará-la digna dos altares a nível universal. Os aveirenses, contudo, já a "canonizaram".
F. M.