sexta-feira, 11 de setembro de 2020

QUERIDO MÊS DE AGOSTO



Há muito tempo que Agosto se tornou o mês do lazer por excelência para o grosso da população. Para férias de alunos de todos os graus de ensino, para profissionais de vários quadrantes, para aposentados que aproveitam a ocasião para fugir ao ramerrão da vida sem compromissos, mas ainda para os que conhecem a importância de se libertarem de hábitos rotineiros.
Agosto, com as temperaturas mais convidativas a sair, proporcionam a frequência das praias, os tratamentos termais, os passeios ao ar livre para se apreciar a natureza, a visita a monumentos, a peregrinação a santuários e o encontro com familiares e amigos, respeitando as regras do distancionamento.
Agosto é, também, para os mais caseiros, um mês propício à reflexão sobre a vida e as suas circunstâncias, à leitura de livros que já conhecemos há bastante tempo, mas que merecem uma releitura, sem descurar um olhar atento e interessado ao que se vai editando, de autores antigos e modernos, tendo sempre em consideração que a leitura é uma extraordinária fonte de saber, de conhecimento e de diversão, enquanto nos permitem viajar por todo o mundo, exibindo novas paisagens, culturas e povos.
Por força dos condicionamentos impostos pelo Covid-19, que limitou radicalmente os nossos hábitos, Agosto foi e é para muita gente um mês de poucas saídas, circunscrevendo a vida aos arredores das suas casas, o que pode proporcionar a possibilidade de olhar com mais atenção o que temos quase à nossa porta.
Um jardim que atravessamos frequentemente a correr pode enriquecer o nosso espírito quando paramos, com serenidade e atenção, tentando descobrir o que os nossos autarcas e demais entidades, estatais ou outras, através dos tempos, criaram para os nossos tempos de lazer.
Os tempos que correm têm sido propícios, apesar de certas críticas pessimistas de alguns, ao desenvolvimento pessoal, dentro do possível e desejável. Não falta quem escreva e fotografe autênticos postais ilustrados da nossa região, quem desenhe e pinte, quem crie artesanato e cultive outras artes decorativas, quem investigue o nosso passado e divulgue as suas descobertas nas redes sociais, quem escreva poesia e prosa, quem participe em jornadas de formação e informação, mas também nas atividades programadas expressamente para este mês, quem reze em grupo ou pessoalmente, e quem viva, afinal, com a intensidade própria da sua idade. Importa, contudo, que os mais idosos e mais livres projetem o espírito do mês de Agosto o mais longe possível. Sempre no cultivo da alegria, do otimismo, da partilha, da sobriedade e da solidariedade.

Fernando Martins

Nota: Fotos: Boca da Barra, Cais dos Botirões e Jardim Oudinot

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