A institucionalização do Dia do Porto de Aveiro ocorreu a 3 de abril de 2006, data que evoca a abertura barra naquele dia e mês de 1808, graças ao saber e arte de Luís Gomes de Carvalho. Na altura, o acontecimento foi considerado por ele como o 2.º Dia da Criação, como se lê na carta que endereçou ao príncipe regente D. João, futuro rei D. João VI, que se encontrava no Brasil para aí manter as chaves do poder, ameaçadas pelos tropas napoleónicas.
Desde então e até aos nossos dias, o Porto de Aveiro tem contribuído para o desenvolvimento da região e do país com projeção em vários quadrantes mundiais, movimentando mercadorias e apoiando pescas, com registos que não param de crescer.
Presentemente, o Porto de Aveiro já ocupa um honroso 4.º lugar no ranking dos portos nacionais, depois de Lisboa, Leixões e Sines, sendo justo salientar que o nosso porto tem quatro grandes valências: Porto Comercial, Industrial, Pesca Costeira e Pesca Longínqua.
No passado mês de março, no dia 27, cumpriram-se dez anos da inauguração do Ramal Ferroviário que nos liga à Europa, depois de um moroso processo de mais de três décadas que fez parte integrante do Plano Diretor de Desenvolvimento e Valorização do Porto e Ria de Aveiro, elaborado em 1974.
A APA (Administração do Porto de Aveiro) refere, em nota alusiva à efeméride, que nesta década circularam pelo Ramal 6225 comboios, tendo chegado a atingir o valor de quatro composições diárias no período de um ano, o que equivale a uma cota modal de 30% para a exportação e 15% para o total do tráfego. Sublinha a mesma nota que a eletrificação do Ramal do Porto de Aveiro ficou concluído em 2015, o que permite a mudança para locomotivas elétricas, que potenciam o desempenho ambiental daquela via.
Refere ainda que estimativas de meados de 2016 apontavam para perto 5900 veículos (50 por dia) e uma redução de cerca de 90% de CO2, tendo em conta o padrão de veículo normalmente utilizado para o trânsito de mercadorias em causa.
É oportuno frisar que o Porto de Aveiro tem dialogado com autarquias e instituições voltadas para as questões ambientais, nomeadamente a ADIG (Associação para Defesa dos Interesses da Gafanha) e departamentos estatais, no sentido de preservar a qualidade do ar, no respeito pelas pessoas das freguesias vizinhas das áreas portuárias.
Fernando Martins