Exposição abriu ontem,
8 de fevereiro,
na Praia da Barra
Joaquim Soares a espera de visitantes. (foto de João Rosa) |
“Praia da Barra – Uma viagem no tempo” é uma exposição de fotografias e documentos organizada por Joaquim Duarte Soares, responsável pelo site “Amigos do Oceano”, vocacionado para a promoção da consciência ativa, através do Surf, Ecologia e Arte. Está patente a partir de ontem, 8 de fevereiro, sem fim programado à vista, na Av. João Corte Real, 169, ao lado da loja “Tribo do Sol”, Praia da Barra. Os visitantes terão a oportunidade de apreciar fotografias e documentos que retratam aquele lugar da freguesia da Gafanha da Nazaré, desde o seu início, concretamente, a partir da abertura da barra que ocorreu a 3 de abril de 1808.
A exposição apresenta-se, à partida, como um importante passo de uma caminhada que terá, garantidamente, atualizações e alterações, resultantes de novos estudos e descobertas que vierem a acontecer ao longo do tempo: Novas fotos, novos documentos, novos estudos e novas sugestões que entretanto possam surgir, de amigos, curiosos e estudiosos. Para já, as fotografias e documentos expostos sairão enriquecidos com um poweur point sempre ativo.
Joaquim Soares começou há quatro anos a recolher tudo o que estivesse ligado à Praia da Barra, outrora designada por Lugar do Farol. Primeiramente, por pesquisas online e depois por outras fontes, nomeadamente o Porto de Aveiro e o CDI (Centro de Documentação de Ílhavo). Sentiu, nessas buscas, que estava a «resgatar a alma da Barra», mas também percebeu que era imperioso sensibilizar a população para desfrutar a história local.
Joaquim Soares, com escola de surf, é um apaixonado pelo mar desde que se conhece. «O meu grande amor não é o surf, mas o mar; via-o todos os dias; via os barcos a sair e a entrar; e era isso que estimulava a minha imaginação», disse.
«A ria e o mar foram grande alimento para a minha imaginação» e essa sensação «proporcionou-me fazer muitas viagens à custa do surf». E guarda grandes memórias das viagens que fez, considerando a ida ao Havai, para participar numa prova, «uma verdadeira bênção». Passou pelas ilhas Mascarenhas, descobertas por um português, e em 1998 descobriu outra grande paixão — os Açores, onde surfou durante 12 anos seguidos.
A sua escola de surf, promovida pelo site “Amigos do Oceano”, é procurada e frequentada, especialmente durante a época balnear, por jovens, 70 por cento de férias na Praia da Barra, e fora desse período vêm de toda a região, informou.
O nosso entrevistado fala com paixão da Barra, olhando com prazer para a sua história. Sublinha, durante a conversa que mantivemos, que a «destruição da Assembleia da Barra foi uma autêntica tragédia; foi o pior que podia acontecer à Praia da Barra». «A partir desse momento, a Barra ficou sem alma», porque aquele edifício, com as atividades que promovia, era «um polo aglutinador do espírito de comunidade e não havia mais nada…»
Reconhecendo que a fé é um fator importante da vida das pessoas, frisou que a Igreja da Sagrada Família é um centro expressivo da comunidade paroquial, Joaquim Soares não deixou de evocar a Capela de São João que foi, durante décadas, o local da vivência religiosa dos habitantes da Barra, e não só.
Joaquim Soares e a sua empresa, “Amigos do Oceano”, não contou com apoios de ninguém, para além dos referidos. Mas isso não o assustou.
Fernando Martins