O Miguel Esteves Cardoso não se esqueceu que hoje é o Dia dos Namorados. Vai daí, atira na sua habitual crónica do PÚBLICO: “Tenho uma sugestão para o dia dos namorados: uma ilha deserta. Fechem-se num lugar onde ninguém vos possa chatear. Inventem uma viagem. Não é preciso viajar. Basta que pensem que não estão cá.” E continua com as suas recomendações com ares de boa disposição. A vida tem de ser levada com otimismo, alegria e procura incessante da felicidade assente no amor. Há incómodos de variadíssima ordem, mas também há muitíssimos momentos de paz, de ternura, de compreensão. Para os crentes, como nós, ainda há Deus nos caminhos da existência a indicar-nos horizontes de bem, do belo, da verdade e do amor-doação.
Para os mais distraídos, aqui fica, então, a lembrança de que hoje, 14 de fevereiro, é o Dia dos Namorados, também dedicado a São Valentim. Não conhecia muito bem a vida e história deste santo, mas os meus leitores podem consultar o Google para ficarem a saber um pouco mais. Hoje e aqui quero, porém, dizer que esta efeméride precisa de ser cultivada e levada à prática porque, afinal, ela existe para isso. E é obrigatório que seja uma celebração constante...
Desejando seguir o conselho do MEC e na impossibilidade de viajar vamos ficar por casa, mas tentaremos pensar que não estamos cá, porque desejamos ficar entregues aos nossos olhares cúmplices, à ternura das palavras, aos gestos de compreensão.
Fui a um bom dicionário ver o significado de namorar. É tão completo e variado que desisti de o transcrever, optando simplesmente por deixar falar o coração. E o que me vai na alma é tão rico que nem o sei descrever. O amor, entre mim e Lita, dura há mais de meio século, mas continua a crescer desde um 8 de dezembro, data que ela própria escolheu para o nosso primeiro encontro. O amor não é nem nunca pode ser um sentimento estático. Se o for, está condenado ao fracasso. E tem de ser alimentado, dia a dia, hora a hora, com muita ternura, muito carinho e muita determinação.
A chave do amor está no namoro diário, de todas as horas, de toda a vida. Porque o amor, partilhado e permanentemente renovado, é símbolo de felicidade que tem de continuar até que a morte nos separe. E mesmo para além dela…
Bom Dia de Namorados… Mas namorem mesmo!
Fernando Martins