Jardim Oudinot e ambiente
No sábado, passámos pelo Jardim Oudinot entre o meio-dia e a hora do almoço. Nas mesas com bancos, ou no chão, à sombra das árvores, famílias descontraídas ajeitavam-se para os petiscos preparados para o momento. Senti como o Verão proporciona convívios contagiantes, mas daqui a uns dias o Outono roubar-nos-á, decerto, a possibilidades de partilha num ambiente acolhedor como este, ora vivido, que o ventinho, inebriado pela maresia, vai temperando.
Olhei as palmeiras, altíssimas, com as novas raízes no cocuruto, com sistema, ao que julgo, para as alimentar, a partir de ordens emanadas de baixo, naturalmente. Um torneio ou competição estava armado ao fundo, no outro extremo do jardim, para quem o desejasse ver e junto da réplica da guarita, agora transformada em bar, olhei à volta para contemplar o Farol e o canal de Mira, qual espelho que reflete o céu na sua pureza de um dia claro.
No bar da Marina, pedimos água, simplesmente água. A empregada, com natural simpatia, serve-nos duas garrafinhas de água. Garrafinhas de vidros e copos também de vidro. Achei curioso e perguntei. “É em nome do ambiente que nos servem a água em garrafas de vidro?” . “Exatamente.” — disse-nos a jovem. E acrescentou: “Estamos a apostar nisso.”
Gostei, sim senhor.
F. M.