45 Anos de Abril
Sobre a verde bruma do dia
Vê-se no céu pardacento
Um sol sem brilho nem fulgor.
A ria corre sombria.
Parece triste por nenhum barco
Sobre ela, a novo futuro rumar.
Dia de melancolia carpida,
Naquele que foi
Um dia,
O dia de todas as alegrias vividas.
A minha alma de hoje
Não é igual à alma de ontem.
Na minha alma de ontem soava
Num tambor feito de prata
Do tamanho do meu país,
a liberdade, então conquistada.
Hoje bate um trémulo tlim-tlam
Soando triste, na madrugada.
SF - 25 abril 2019