No Vaticano, os mais altos representantes da Igreja Católica de todo o mundo vão debater o problema da pedofilia praticada por padres e bispos. A Igreja Portuguesa está representada pelo Bispo de Lisboa, Cardeal Manuel Clemente, presidente da CEP (Comissão Episcopal Portuguesa). Espera-se que, de uma vez por todas, tal “cancro” seja erradicado, com a denúncia dos membros do clero que têm abusado de crianças indefesas. Contudo, todos sabemos que, infelizmente, esses criminosos hão de mudar de estratégias para alimentar vícios hediondos. Na minha ótica, o celibato nada terá a ver com a pedofilia do clero. Não há pedófilos casados e com filhos?
Li o artigo que Laurinda Alves publicou no Observador, no qual analisa a situação dos pedófilos e das vítimas. O problema é bem mais complicado do que parece. Mas se é verdade que a pedofilia é real na Igreja e fora dela, então todos teremos de estar vigilantes para a denunciar, com prudência mas também com firmeza, não vá dar-se o caso de ferir seriamente inocentes.
F. M.
Laurinda Alves |
«Não consigo imaginar pior tragédia do que viver situações dramáticas, traumáticas, na mais completa solidão, temendo a insuportável repetição dos asquerosos acontecimentos, pois grande parte das vítimas sofre abusos continuados dos violadores. Sinceramente nunca serei capaz de saber o que é ser criança ou muito jovem e estar à mercê de terríveis lobos disfarçados de cordeiros. De padres perversos que antes de abusarem sexualmente, abusam da confiança e traem em toda a linha. Usam o seu estatuto, o seu poder, as suas falas mansas, supostamente bondosas e porventura encantatórias, para atrair vítimas e as massacrar.»