O clima de violência que se verificou no Sporting Clube de Portugal é puro resultado dos ambientes agressivos que se vivem no futebol nacional. Violência verbal, psicológica e física. No futebol e noutros desportos, alimentadas por claques, muitas delas comandadas por arruaceiros e criminosos. Tudo com a complacência de dirigentes, que esquecem a importância dos valores que devem fazer parte integrante do desporto, a qualquer nível.
Sei, todos sabemos, que há dirigentes, adeptos e membros de claques respeitadores dos adversários, que não são inimigos a abater. Mas que há muita falta de ética no mundo desportivo, lá isso há.
Quando vejo e ouço, via órgãos da comunicação social, dirigentes a vomitarem ódios contra os adversários, ofensivos e acusadores, condenando os erros dos árbitros, normais porque ninguém é perfeito, e ignorando os lapsos e incompetências dos seus jogadores e treinadores, fico perplexo com tanta falta de vergonha.
O Sporting foi sempre o meu clube desde a infância. Nessa altura, tinha jogadores que nos entusiasmavam e dirigentes que impunham respeito. Quem poderá esquecer jogadores como Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travassos, Albano e Azevedo? E como compreender agora o que se passa num clube que foi e ainda é, ao que julgo, o mais eclético de Portugal? Estou longe de entender esta violência estúpida e gratuita, de raiva e ódio, contra jogadores e treinador, precisamente no seu espaço de trabalho, por encapuzados que agiram por iniciativa própria (ou de alguém?). E com que fim?
Espero que a justiça averigue e castigue os arruaceiros e, eventualmente, os que, pela suas atitudes, geraram esta brutalidade. O Sporting tem continuar a levantar a cabeça e a erguer a bandeira verde da esperança e da dignidade,