Que linda janela
que é a minha alma!
Não!, linda não é ela:
lindas são as vistas
que se avistam dela.
Que ouvidos tão finos
que tem a minha alma!
Não!, finos não:
finos são os cantos
que os pássaros cantam,
meus ouvidos ouvem.
Como são tão belas
as coisas lá por fora!
Minha alma em tudo,
em tudo se demora.
Que ouvidos tão finos!
Que linda janela!
Quem me compra a alma?
Quanto dá por ela?
Sebastião da Gama,
in"Cabo da Boa Esperança"
Sebastião da Gama faleceu a 7 de fevereiro de 1952, com 27 anos de idade. Recordo-o com este poema tão simples e tão belo.