Ao cessar funções na Câmara Municipal de Ílhavo, como vereador, Paulo Costa teve a gentileza de me enviar um texto de despedida e de agradecimento. «Após 16 anos de intensa actividade, que me envolveram de uma forma total e me realizaram completamente, entendi que, apesar de gostar imenso daquilo que faço, chegou a hora de fazer outras coisas fora da Câmara e fora da política partidária», disse.
Paulo Costa, que sempre me honrou com a sua amizade, foi, realmente, um vereador com uma capacidade muito grande para dialogar com toda a gente, independentemente da cor partidária dos seus interlocutores, o que diz muito do seu caráter e do seu modo, franco e aberto, de participar na política e na vida, sem sectarismos nem complexos.
As suas palavras de agradecimento, ao fim de 16 anos de entrega total à comunidade, como vereador, vão, obviamente, para todos os que com ele privaram, mas não deixa de reconhecer que viveu, na autarquia ilhavense, «momentos verdadeiramente memoráveis» que o «ajudaram a crescer e a amadurecer como político, como profissional, mas acima de tudo como homem». E acrescenta: «O que sou hoje, devo-o aos bons momentos, assim como aos menos bons, mas sobretudo às pessoas com quem tive o privilégio e a felicidade de conviver».
Gosto, francamente, de políticos que não se deixam levar pela «vã glória de mandar», tendo a coragem de procurar outras vias de enriquecimento pessoal e de serviço à comunidade, na certeza de que a vida nos oferece outros horizontes de empenhamento social e profissional, tão válidos e importantes como os do mundo da política partidária.
Um abraço amigo para o Paulo Costa, com votos das maiores venturas.
Fernando Martins