O passageiro chega à estação. Vê partir o comboio da vida. Os seus companheiros prosseguem viagem. Ele fica. Só. A noite aproxima-se e quer envolvê-lo. Temores fugazes fazem-se sentir. Sem qualquer luz interior, começa a ficar amargurado. E agora?
Parece ouvir rumores suaves, ecos profundos da sua consciência peregrina. De vez em quando, brilha uma chispa do bem feito e que agora o acompanha. Reacende-se a esperança. Um outro horizonte vai-se desvendando na sua imaginação, alimentada pela bondade do coração. A paz do espírito regressa confiante. E adormece, em tão feliz companhia.
Parece ouvir rumores suaves, ecos profundos da sua consciência peregrina. De vez em quando, brilha uma chispa do bem feito e que agora o acompanha. Reacende-se a esperança. Um outro horizonte vai-se desvendando na sua imaginação, alimentada pela bondade do coração. A paz do espírito regressa confiante. E adormece, em tão feliz companhia.
A memória ajuda a ver figuras conhecidas, pessoas amigas, rostos familiares. E o sorriso dos pais e dos irmãos brilha com uma intensidade deslumbrante. Ouve uma saudação, repetida vezes sem conta, enquanto estava a caminho. “Ainda bem que te encontro. Chegaste bem?! Olha para nós: Estamos felizes”.
Embalado, e com o olhar fixo, é surpreendido por uma outra presença: a de Maria, Nossa Senhora. Que belas recordações das festas que lhe faziam. Ela é a Mãe de todos os amigos de Jesus, seu Filho. Traz o seu manto aberto e é grande. Sente-se acolhido e aconchegado. Que boa experiência vai fazendo!
A iluminar o manto do aconchego, surge Jesus Cristo, discreto, manso e humilde, a querer fazer ouvir a sua voz: “Vem servo bom e fiel; entra na alegria do teu Senhor”. Sacia a aspiração do teu coração. Chegaste onde podes saborear o amor de doação. Incondicional. De modo novo e definitivo.
E a credenciar o que ouvia, vê erguer-se alguém semelhante às figuras descritas pelos evangelhos da Bíblia. Era Deus. Percebe que tem um sorriso contido, mas firme. E faz ecoar, como outrora no rio Jordão e no monte da Transfiguração, a sua palavra solene: Tu és meu filho muito amado. Reveste a roupa da festa que para ti está preparada. Alegra-se e exulta. Passou o tempo da tribulação. Agora estás em família. A viver as surpresas do meu amor. Ainda bem que chegaste!
O sonho dá lugar à realidade. As sementes lançadas no tempo surgem em frutos saborosos de eternidade feliz. E o poeta, em tom premonitório de sabedoria popular, vem lembrar: Tenho uma viagem marcada. Mas quando a faço não sei. Do que tenho não levo nada. Só levo tudo o que dei.
Georgino Rocha
Embalado, e com o olhar fixo, é surpreendido por uma outra presença: a de Maria, Nossa Senhora. Que belas recordações das festas que lhe faziam. Ela é a Mãe de todos os amigos de Jesus, seu Filho. Traz o seu manto aberto e é grande. Sente-se acolhido e aconchegado. Que boa experiência vai fazendo!
A iluminar o manto do aconchego, surge Jesus Cristo, discreto, manso e humilde, a querer fazer ouvir a sua voz: “Vem servo bom e fiel; entra na alegria do teu Senhor”. Sacia a aspiração do teu coração. Chegaste onde podes saborear o amor de doação. Incondicional. De modo novo e definitivo.
E a credenciar o que ouvia, vê erguer-se alguém semelhante às figuras descritas pelos evangelhos da Bíblia. Era Deus. Percebe que tem um sorriso contido, mas firme. E faz ecoar, como outrora no rio Jordão e no monte da Transfiguração, a sua palavra solene: Tu és meu filho muito amado. Reveste a roupa da festa que para ti está preparada. Alegra-se e exulta. Passou o tempo da tribulação. Agora estás em família. A viver as surpresas do meu amor. Ainda bem que chegaste!
O sonho dá lugar à realidade. As sementes lançadas no tempo surgem em frutos saborosos de eternidade feliz. E o poeta, em tom premonitório de sabedoria popular, vem lembrar: Tenho uma viagem marcada. Mas quando a faço não sei. Do que tenho não levo nada. Só levo tudo o que dei.
Georgino Rocha