Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes
«Quando chegamos somos facilmente enganados. A Gafanha da Vagueira parece, à primeira vista, mais uma simples vila de Portugal. Rapidamente compreendemos o erro. Somos guiados por José Giro, proprietário da farmácia com o mesmo nome, a viver aqui há 25 anos. É ele quem nos abre as portas da Natureza de par em par, como se a terra, o verde, a ria e o oceano fossem seus. Uma atitude típica de uma gente habituada ao trabalho árduo, seja na terra, seja no mar.
Há quem saia para a pesca todos os dias. Duas, três, às vezes quatro vezes por dia. Encontram-se às 4h da manhã e pescam mediante a tradicional arte xávega, com os seus barcos altivos, de madeira e cores fortes, azul e vermelho principalmente. As redes puxam os cardumes, antigamente com a ajuda de bois, hoje com tractores aliados à força braçal de quem construiu sobre este trabalho a sua vida. Uma mão cheia de homens no meio do oceano, a contar com as poucas ferramentas de que dispõem, aliadas ao conhecimento milenar sobre os humores do mar e os seus indícios.»
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