Com sol a bater forte, que a neblina voou para longe, chegámos à Praia da Vagueira por volta do meio-dia, mais coisa menos coisa. O mar atraía-nos e lá fomos, eu com a ajuda da bengala. Subimos a escada e no topo ouço uma voz: «Olha o professor Fernando!» Era a esposa do meu querido amigo e aluno Carlos Fanado. O abraço da praxe e as inevitáveis perguntas sobre as famílias. Foi, realmente, um momento muito agradável. Depois, com os melhores votos, recíprocos, de saúde e felicidades, cada um seguiu seu destino.
Eu e a Lita olhámos o mar que nunca nos cansa. Pouca gente no areal que era hora do almoço. Umas fotos para recordar e para os meus arquivos que continuam um caos. De tal modo, que seria mais fácil, muitas vezes, sair de casa para fotografar do que encontrar agulha em palheiro.
Ao almoço optei pelos jaquinzinhos fritos. A Lita pelas lulas grelhadas. E desandámos que a hora da sesta estava a bater à porta. E na procura do carro, deparámos com um monumento com algo de inédito, porém, denotando boa visão e bom gosto. Homenagem ao Jaquinzinho, com legenda oportuna do escritor João Grave. Sim senhor! Quem se haveria de lembrar? Alguém que aprecia os jaquinzinhos em maré de apetites. Outrora peixe dos pobres e hoje prato para bons palatos.
E lá estava ele todo ufano espetado num garfo gigante, não fosse alguém devorá-lo em hora de fome. Esta foi a surpresa.O encontro foi com o casal Fanado, também surpresa, diga-se de passagem.