1.Tenho horror às rotinas. Aceito, promovo e defendo as mudanças em todos os setores da vida. Outros pensarão o contrário; sentem-se mais seguros com o status quo. Não é por acaso que de vez em quando altero a fisionomia dos meus blogues. Gosto de inovar, de mudar, de abrir portas e janelas para entrar ar fresco, de aceitar alternativas. Outros sentir-se-ão bem como sempre estiveram: sentados nas mesmas cadeiras, percorrendo os mesmos trilhos, abordando os mesmos temas, pregando os mesmos sermões.
Mudar é procurar novos caminhos, definir novos desafios, apostar em ideias renovadoras. Tudo, naturalmente, em consonância com o espírito do possível e do necessário. Olhando atentamente os sinais dos tempos que mudam com aragens frescas e desafiantes.
2. No domingo, li o PÚBLICO sob a luz coada pela janela do meu Sótão, com a curiosidade de perscrutar as mudanças avançadas pela nova direção, presidida por David Dinis. O P2 voltou para quebrar a monotonia do caderno único. Reportagens interessantes a par de textos mais ligeiros. Para não cansar. Lê-se o primeiro caderno e depois vamos ao segundo. Há algumas novidades e outras hão de seguir-se para se não cair na rotina. Adivinham-se novos colaboradores para acicatar as nossas curiosidades impostas por este espantoso mundo da comunicação social.
3. Permitam-me que destaque o “Regresso a casa” na rubrica “A esquina do mundo”, do fundador do jornal, Vicente Jorge Silva. Jornalista competente que marcou, passados quase 30 anos, o jornalismo de referência no nosso país.
Vicente Jorge Silva comoveu-se com o convite, apesar de escrever, na hora da despedida, a 29 de novembro de 1997, que “Nada é mais inabitável do que um lugar onde se foi feliz” [Cesare Pavese]. E depois contou a chegada à Redação: «vi-me envolvido numa onda de afecto intenso, emocionado, que pude partilhar com aqueles que haviam trabalhado comigo e outros que tinham chegado depois da minha partida. Foi um momento mágico que não esquecerei e que selou o meu reencontro com o PÚBLICO.»
Não será preciso dizer mais nada. Continuarei leitor do PÚBLICO e do Vicente Jorge Silva.
Só mais uma palavra: gostaria que o António Marujo também regressasse. Há uma lacuna que só ele poderia preencher no âmbito do religioso, espiritual e transcendente, de matizes muito diversos.
Fernando Martins