Frederico Lourenço
O professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra traduziu o Novo Testamento a partir do grego. Até 2020 debruçar-se-á também sobre o Antigo Testamento para completar os cinco volumes da Bíblia, a editar pela Quetzal.
“Um desafio intelectual”
Porque começou com o Novo Testamento?
O meu projecto inicial era traduzir apenas o Novo Testamento. Mas comecei a interessar-me pela versão grega do Antigo Testamento.
Quais são as principais diferenças relativamente a outras traduções?
No Novo Testamento é a procura de maior exactidão no processo de passar as palavras gregas para português. No Antigo Testamento é o facto de a versão grega (que é a mais longa e completa) nunca ter sido traduzida para português. A latina e a hebraica foram; mas a grega não.
Quais são as escolhas mais difíceis?
A maior dificuldade para todos os tradutores do Novo Testamento são as epístolas de São Paulo, porque estão escritas numa linguagem densa e bastante complexa. Achei um texto muito difícil, mas extraordinário, pelo desafio intelectual que coloca.
A sua tradução tem duas versões do Pai-Nosso (Mateus e Lucas). O que lhe têm dito sobre estas diferenças?
As diferenças já estão no mais antigo manuscrito completo do Novo Testamento, que é do século IV.
S.C.
Publicado na revista Sábado
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