Reflexão de Georgino Rocha
Rio Jordão |
Chegado ao Jordão, vindo da Galileia, Jesus põe-se na fila dos pecadores e aguarda a sua vez de ser baptizado. Esta atitude parece normal a toda a gente, menos a João que reage com surpresa. Jesus mantém firme a sua decisão.
Realizado o rito baptismal, ocorre a grande revelação: Jesus vê os céus abertos e o Espírito descer sobre ele, enquanto surge a declaração solene: “Tu és o Meu Filho amado; em Ti encontro o Meu agrado.”. Mc 1, 7-11. Jesus é assim “empossado” na missão que lhe é confiada e na qual o Pai se compraz. O baptismo constitui “o acto” oficial do seu início e o Espírito a força impulsionadora da sua realização.
Agora, as “periferias” – Jesus chega da pobre Nazaré de má fama - têm voz, os excluídos são integrados, os injustiçados recuperam a dignidade, os esgotados por falta de horizontes de esperança vêem dimensões novas para a vida com os céus abertos, a fraternidade reduzida aos laços de sangue alarga-se a toda a humanidade, a posse e o uso dos bens – como dons recebidos que o homem/mulher cuida e trabalha – são pertença de todos, sendo necessário que cheguem à casa de cada um na medida adequada.
O baptismo introduz uma dimensão nova na vida: constituí-nos filhos de Deus e irmãos uns dos outros, cooperadores indispensáveis pelo bem-estar razoável de toda a humanidade e pelo desempenho eficaz da missão da Igreja. Oxalá, não se aplique a nós: aquela sentença caricata: são gente “passada pela água”, mas não baptizada realmente! Conservam o álbum das fotografias, mas perderam a marca original e apenas mostram a “tatuagem”. Valorizemos a beleza nobre e exigente do nosso baptismo. Sejamos coerentes!