segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

MARIA, A MULHER ÍNTEGRA

Reflexão de Georgino Rocha

 Maria, a agraciada do Senhor, em resposta ao convite-apelo dá uma orientação mais profunda à sua vida, ao seu estado de ânimo existencial. A feliz esperança do Messias vai realizar-se de modo admirável. Ela é a contemplada, a eleita entre todas as mulheres, para ser a mãe do Messias esperado. Ela vê confirmada, em si, a expectativa do povo judeu que, ansiosamente, aguardava esse evento. O seu “seja como queres” abre caminho a uma nova e definitiva época da história da salvação. (Lc 1, 26-38). Surge uma nova aurora libertadora em que o SOL da verdade ilumina as buscas da humanidade inquieta e derrete o gelo da indiferença insolidária e mesquinha. 

     Maria, a virgem-mãe de Nazaré, é a mulher da palavra. Sabe acolher e escutar o mensageiro, dialogar com ele para aprofundar o conteúdo do “mistério”, interiorizar a feliz mensagem, disponibilizar-se para ser cooperante activa, nas mãos do Senhor. A fé confiante envolve toda a sua vida e capacidades. Nada fica de fora, nem o uso do tempo nem a reserva de energias. É fé em crescimento, acompanhando com a razão e guardando no coração as surpresas que, o desenrolar da missão de Jesus, lhe provocam. É fé penetrante no sentido dos acontecimentos, capacitada para discernir o seu valor e tomar a decisão mais ajustada. E Maria vai percorrer os caminhos do Filho, ainda que não em deslocações itinerantes, mas afectivas e espirituais, caminhos iniciados no seu seio, prolongados nas idas à sinagoga e ao templo, consumados na cruz do calvário e na festa do Pentecostes. 
     A grandeza de Maria prolonga-se, agora, em cada um de nós que, no seu dia-a-dia, tem coragem de dizer sim, sendo fiel aos apelos do Senhor que provêm de tantas maneiras e encontram eco na nossa consciência. Todos temos uma palavra a escutar e a dizer e que, no fundo, se vem a identificar com a atitude de Maria: dar vida a Jesus em nós e, por meio de nós, a outros que aguardamconfiantes, essa feliz oportunidade. Todos estamos chamados a ser íntegros e puros, disponíveis e confiantes. Como a Igreja a celebra na Festa da sua Imaculada Conceição. 

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