Por decisão política, o Governo de Portugal acabou, entre outros, com o
feriado do 1.º de Dezembro. Nasci com o culto dessa efeméride e escrevi,
diversas vezes, contra o desinteresse do
nosso povo pelos feriados.
Acontece que hoje, 1.º de Dezembro, data da nossa
libertação do jugo Filipino, me senti um pouco triste. Não havendo festas oficiais,
afinal recordei, como alguns, no grupo dos quais me incluo, a vontade
férrea dos conjurados que arriscaram a vida, com coragem e determinação, em nome da
dignidade de um povo que estava oprimido. Mas seria muito mais válido se todos pudéssemos ficar livres para olharmos para trás, nem que fosse no recato das nossas casas, sem trabalhos que os feriados pressupõem e mesmo sem alinharmos nas festas oficiais, meditando simplesmente sobre a heroicidade dos nossos antepassados.
Não vale a pena chamarem-me nostálgico, porque estão a
perder tempo. A declaração de um feriado, para além de tudo e no meio das
nossas tarefas quotidianas, tem o valor de nos estimular a lutar por ideais talvez um
pouco a passarem de moda. Seria bom que retomássemos alguns feriados.