Crónica de Maria Donzília Almeida
Neste Dia Mundial do Animal, que se comemora a 4 de outubro, celebra-se a vida animal em todas as suas formas e o bom relacionamento entre a humanidade e o reino animal.
A ocasião é também uma oportunidade para recordar às pessoas a necessidade de proteger os animais e conservar todas as espécies de fauna.
O dia foi escolhido em 1931, durante uma convenção de ecologistas em Florença e teve em conta o facto de 4 de outubro ser o dia de São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais.
Neste dia, faço menção ao Scott, o meu jovem cãopanheiro, o meu viralatas de estimação. Não uso esta alcunha para o diminuir, nem por sombras, nem sequer para o comparar com o seu antecessor, o malogrado Boris.
É, isso sim, para traduzir o seu temperamento fogoso e às vezes um pouco “atolambado” como se dizia antigamente por estas paragens. Um cão que foi adotado da rua, um sem-abrigo que conheceu vários donos/as antes de se fixar definitivamente nas Gafanhas, que experimentou as agruras da vida da rua, demonstra ‘inda assim um grande poder de adaptação.
No seu espaço amplo, quer competir com um carro que passe, à velocidade normal, sempre que o avista na rua adjacente. Se for uma bicicleta ou um motociclo, faz a mesma figura canina de quem não tem a noção dos seus limites! Mas nisso não se demarca dos humanos, que estão a cada passo a passar das marcas!
Quando são os seus primos ou outros familiares que se avistam através da rede, ah! aí é vê-lo acelerar, um veículo todo o terreno, na mira de alcançar os companheiros que lhe fazem inveja na sua liberdade total.
Apesar das suas lacunas de educação, o que é perfeitamente humano (!!!), tem um coração de manteiga! Conviveu meses a fio com uma dezena de galinhas, num convívio fraterno, sem guerrilhas nem perseguições, até elas terem ido esgaravatar para o bosque! Às vezes, era uma brincadeira pegada, quando se punham a brincar ao gato e ao rato, as galinhas lhe faziam fintas e ele fazia de conta que as queria apanhar! Um regalo para a vista cansada de quem vê esse jogo levado a sério, na vida real.
A sua inteligência, traduzida na capacidade de adaptação é notória! Para se proteger da canícula deste verão escaldante, escavava o seu bunker com a perícia de um arqueólogo, o que aliás deve ser a sua vocação nata. Ou será o apelo insistente duma liberdade incondicional que lhe dita este comportamento? Não estou muito convencida do contrário!
Para confirmar a sua capacidade de adaptação a novas situações e para agradar à sua dona, aprendeu a comer sentado, o que denota a incorporação numa mente canina, das regras de educação herdadas dos humanos.
03.10.2014