Oficialmente, chegou hoje o verão, com o dia mais longo e a noite mais curta. Disso temos a certeza. Mas o verão, com calorzinho quanto baste, dos dias serenos, das roupas leves e mais garridas, das alegrias das praias e das azáfamas dos campos, do vento e da chuva que se foram, de tudo isto nada sabemos. Muito menos das férias, que este ano, para a grande maioria do povo português, não haverá dinheiro para uma extravagância por mais modesta que seja.
Olhei pela janela e percebi que o vento continuava como na primavera que nunca atingiu o auge de outras eras, porque, dizem, o tempo está mesmo a mudar, como no outono da vida de muitos de nós. Valha-nos a esperança em dias melhores, que essa não pode morrer.
Diz-se, também, que depois da tempestade vem a bonança. Sol que brilhe para toda a gente, calor que acalente o corpo e o espírito, justiça a condizer com a verdade que sonhamos, tempos de fartura de pão e de amor, trabalho que nos honre e alguns descanso para retemperar energias. Venha, pois, o verão quanto antes, que nós ansiamos por ele, como de pão para a boca.
Bom verão para todos.