O Cardeal Patriarca de Lisboa afirmou, nas Jornadas de Formação Permanente do Clero de Aveiro, que toda a Igreja diocesana é sujeito da nova evangelização e os cristãos não podem trocar o "nós" do Povo de Deus pelo "eu individual". Em Albergaria-a-Velha, D. José Policarpo disse que os riscos da Igreja nos tempos que correm se relacionam com a perda do "ardor do anúncio" mas também com a "perda do sentido de pertença, especialmente das jovens gerações" e que ao nível das estruturas eclesiásticas é preciso um esforço de emagrecimento.
Depois da palavra inicial de D. António Francisco, que disse que a formação permanente é sempre oportunidade de reavivar os dons de cada um, os presentes acolheram o Cardeal Patriarca que fez uma intervenção acerca da Igreja diocesana e os desafios da nova evangelização. Depois de dizer que nova evangelização não é "outro evangelho" nem "outra mensagem" referiu o novo ardor, novos métodos e novos caminhos que precisam de ser injectados na acção pastoral da Igreja.
A partir da definição de diocese que vem do Concílio Vaticano II reforçou que a "diocese é o todo da Igreja mesmo não sendo a Igreja toda" e indicou que é a própria diocese enquanto Povo de Deus o sujeito da nova evangelização, sendo necessário colocar de lado o "eu" e reforçando o "nós". E logo afirmou: "No dia em que eu confessar apenas a minha fé e não a fé da Igreja, estou a confessar apenas uma fezada".
O Cardeal que é presidente da Conferência Episcopal Portuguesa falou da relação entre bispo e presbíteros que devem estar afinados tal "como as cordas de uma harpa". Aos presentes, perto de 70, entre bispos, padres e diáconos, disse que "não há nova evangelização sem Eucaristia" e por isso é necessário "anunciar bem a Palavra de Deus, para que toque no coração das pessoas, e celebrar bem a Eucaristia".
Já a terminar referiu-se ao depósito da fé como o tesouro que a Igreja acolhe e guarda para a eternidade. Esse tesouro, segundo o Cardeal lisboeta, é o próprio Cristo, "ternura salvífica de Deus".
Em relação aos caminhos da nova evangelização e depois de contar a experiência vivida em Lisboa com o Congresso Internacional para a Nova Evangelização, D. José Policarpo, respondeu a algumas questões colocadas da plateia. Acerca das estruturas pastoral disse que são "necessárias e inevitáveis" mas podem e devem ser "emagrecidas" e no que respeita às relações entre bispos e padres vaticinou: "Quem obedece tem sempre razão. Quem manda nem sempre".
As Jornadas de Formação Permanente do Clero de Aveiro estão a decorrer na Casa Diocesana de Nossa Senhora do Socorro, em Albergaria-a-Velha, até quinta-feira. Com o tema tema "Da missão jubilar à Igreja que queremos ser!” os trabalhos da tarde de ontem e que se prolongam esta terça-feira pretendem debater os serviços diocesanos e a reestruturação paroquial e distribuição do clero.
Fonte: Gabinete de Imagem e Comunicação da Diocese de Aveiro (GICDA)
Fonte: Gabinete de Imagem e Comunicação da Diocese de Aveiro (GICDA)