Eu fico tão chocado e tão revoltado com as notícias de pedofilia que nem me apetece abordar o assunto. E quando se trata de pedófilos ligados à Igreja Católica e a outras religiões, então a revolta atinge dimensões que nem sei quantificar. As religiões, que são ou devem ser mensageiras da bondade, da justiça, da paz e do amor, não podem pactuar com estes crimes e com criminosos hediondos, sem alma, sem dignidade, sem respeito pelos outros, isto é, pela sociedade, em geral, e pelas crianças inocentes e indefesas, em especial.
Todos sabemos que a pedofilia existe por cada canto e que os pedófilos estão em todo o lado. Sabemos que, infelizmente, também estão no seio de muitas famílias, mas os crimes, desta natureza e doutras, praticados por clérigos são indesculpáveis.
Eu sei que o perdão é lei fundamental do cristianismo e que toda a pessoa tem de ser, em teoria, perdoada. Mas os pedófilos, que são portadores, ao que se sabe, de doença incurável, não podem ficar livres porque a qualquer momento a tara que albergam pode atacar seres inocentes e frágeis. Eles são perigo permanente e estão sempre prontos a matar, como feras esfaimadas capazes de tudo para saciar a sua fome assassina, covarde e traiçoeira.
A sociedade tem de estar atenta e de olhos bem abertos; as Igrejas não podem pactuar com silêncios nem encobrir criminosos desta natureza, em nome da defesa da instituição marcada pela mensagem libertadora de Cristo; as vítimas dos pedófilos, crianças e suas famílias, devem estar acima de tudo. Doa a quem doer.
Fernando Martins