BEM-AVENTURANÇAS DA FAMÍLIA
Georgino Rocha
Sagrada Família |
A família de Jesus, Maria e José, inspira um modo de vida onde brilham valores altamente humanizantes para todos os tempos. Enuncio, apenas, alguns em jeito de bem-aventuranças e faço votos para que a família estruturada e feliz continue a atrair e a mobilizar as energias de quem se dispõe a promover o bem integral da humanidade.
Feliz a família que se preocupa mais em ser um lar do que em ter uma casa, em dialogar a sério do que em falar simplesmente de algo que ocorre, em partilhar o que possui e tem do que em dar uma esmola ou fazer um empréstimo beneficente, em viver a fé cristã do que em recorrer a orações devotas e a ritos religiosos, em cultivar o amor oblativo sobrepondo-o a tudo do que em ter gestos ocasionais de tolerância e desculpa, em confiar nos filhos e honrar os anciãos, em cuidar dos mais frágeis e incluir os marginalizados, em construir progressivamente uma sociedade melhor do que em apreciar os bens acima das pessoas, em alimentar receios e preconceitos, isolar-se no egoísmo do “salve-se quem puder” e temer o futuro enegrecido pela insegurança.
Felizes as famílias que se esforçam por ser sementes de novas famílias, alicerçadas no amor heterossexual fiel e fecundo, abertas à relação recíproca dos seus membros, inseridas e solidárias na sociedade, crentes e confiantes na amizade de Jesus Cristo, o peregrino de todos os caminhos da vida e o defensor justo de todas as causas humanas.
A família humana – dizia-o João Paulo II na ONU – significa o contributo fundamental que o cristianismo pode dar à tarefa educativa: cada um é atendido conforme as suas necessidades, todos vivem relações de reciprocidade e fazem circular os dons de gratuidade, avivam a consciência da mútua dependência, habilitam-se para ocupar o seu lugar e desempenhar a sua função.
Família humana, comunidade natural recriada pelos seus responsáveis onde velhos e novos, frágeis e fortes, sãos e doentes, homens e mulheres crescem na bondade e alimentam a alegria de viver.