25 novembro 2012
Dos fracos e violentos
não reza a história, só os tribunais
não reza a história, só os tribunais
Maria Donzília Almeida
Conta uma velha lenda, que ao ser posto no paraíso, Adão se sentiu muito só! Tendo sido interpelado pelo Criador, sobre a sua estadia nesse "resort", confidenciou, titubeante, que tudo à sua volta era magnífico, quase perfeito, não fosse a solidão pesar sobre ele. Inquirido se desejaria ter alguém que lhe fizesse companhia, imediatamente assentiu. O Criador, sempre atento aos desejos dos seus filhos diletos, por esta altura, ainda filho único (!!!), fez-lhe a pergunta direta: — Mas, tu queres um companheiro, ou uma companheira, meu filho? — Uma companheira, meu Deus! — atirou, rapidamente Adão, com um brilho, nos olhos, a imaginar a vida no Éden, na companhia duma mulher! Deus, aproximou-se de Adão, com a mão em riste e com o dedo indicador apontado para o abdómen do interlocutor, rodou-o, em pequenos círculos, deixando aí a sua marca, num pequeno sinal, a meio da barriga, proferindo: — Ah...seu malandro!
Tinha, assim, nascido o umbigo! Já que o Adão fora criado diretamente do barro, sem a intervenção duma mãe biológica, (?!) não tinha havido o cordão umbilical. Mas, convenhamos, que se ficasse de ventre liso, sem aquele buraquinho, perderia o seu encanto!
"Il n'est pas bon que l´homme soit seul! — é a conclusão que daqui se pode tirar e que, aliás, vem confirmada na Bíblia Sagrada.
Tudo isto vem a propósito neste dia, em que se faz um apelo à comunidade internacional, sobre o tema, em epígrafe.
Se a mulher foi criada, por Deus, a pedido do homem, porquê tanta animosidade e violência sobre ela? Porquê, não reconhecer o seu papel conciliador, entre tantos, nos círculos em que se move, quer a nível privado, quer público?
Apesar de serem alarmantes os números que atestam o recrudescimento daqueles que violam o que é sagrado, a mulher, apraz-me saber, que é indubitavelmente maior o contingente daqueles homens que a sabem respeitar em toda a sua plenitude e a colocam no patamar que lhe corresponde!
Como pertenço ao género feminino, tenho o privilégio de privar, no círculo daqueles que se escrevem com H. Dos fracos e dos violentos... não reza a história... só os tribunais!
26.11.2012