Por Rui Jorge Martins
O conselheiro de Estado Luís Marques Mendes considera que a crise económica e social que Portugal atravessa exige a afirmação dos valores defendidos pelo cristianismo na vida política.
«Se há circunstâncias na nossa história recente em que é importante sublinhar a imprescindibilidade de valores tão significativos como a solidariedade, a justiça, a equidade e a coesão, para já não falar da ética, o momento é este», afirmou o comentador ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
«Um período de apertar o cinto implica que haja seletividade e princípios. A austeridade cega não é conciliável com os valores de uma sociedade bem formada. Portanto, se há um momento em que o cristão deve intervir, apelando à edificação destes valores, é agora», sublinhou.
Em declarações proferidas na sexta-feira em Fátima, à margem das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais da Igreja Católica, Marques Mendes referiu que «o cristão é, por natureza, alguém que pode e, sobretudo, deve intervir na vida em sociedade, e portanto também na política».
«O cristão deve transportar para o debate político e cívico os valores defendidos pelo cristianismo», em especial «nos dias que correm» em que eles «são muito mais importantes do que em qualquer outro momento».
O antigo presidente do Grupo Parlamentar do PSD está convicto que a Igreja «é uma realidade muito viva» que tem «intervenção decisiva na área da cultura, nomeadamente no património, tal como já teve no passado, e continua a ter, no domínio da educação, com variadíssimos colégios de grande qualidade, e na saúde, com as Misericórdias».
Marques Mendes defendeu ainda que a manutenção do tempo de emissão das confissões religiosas no serviço público de rádio e televisão.
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