Avozinho Zé
Guardam no olhar e na pele as marcas de toda uma vida.
Guardam em si uma infinidade de conhecimentos que nos transmitem, é com eles
que aprendemos. Aprenderam a lidar com as "feridas" de uma forma
admirável. Dão-se intensamente em cada dia... Devolver-lhes o amor é o mínimo
que podemos fazer.
Blue Shell
O dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de
Jesus Cristo, foi a fonte de inspiração para efeméride de hoje, Dia dos Avós.
Em 1879, o papa Leão XIII, cujo nome de batismo era Gioacchino (versão italiana
de Joaquim), estendeu a sua festa a toda Igreja. Finalmente, o Papa Paulo VI
associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria Santíssima.
Conta a história que, no século I a.C., Ana e seu marido,
Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas rezavam, pedindo que o
Senhor lhes enviasse uma criança. Apesar da idade avançada do casal, um anjo do
Senhor apareceu e comunicou que Ana estava grávida, e eles tiveram a graça de
ter uma menina abençoada, a quem batizaram de Maria.
Devido à sua história, Santa Ana é considerada a padroeira
das mulheres grávidas e dos que desejam ter filhos. Ana morreu quando Maria
tinha apenas 3 anos. Maria cresceu conhecendo e amando a Deus e foi por ele a
escolhida para ser Mãe de Seu Filho Jesus.
Sendo o café, tão do agrado da maioridade, vejamos o que
dizem os estudiosos do assunto.
As dúvidas em torno dos riscos e benefícios do consumo de
café, principalmente para os mais velhos, são quase tantas quanto os litros
desta bebida consumidos anualmente. De facto, desde sempre existiram diversos
mitos à volta do café e a idade mais avançada. No entanto, a maioria deles é
infundada e a cafeína previne muitas das doenças que afetam a terceira idade.
No Ano Europeu do Envelhecimento Ativo, são inúmeros os benefícios do café,
junto da camada sénior.
Com mais de 75 anos, poderá continuar a beber-se café? Em
que quantidade? A resposta é afirmativa. No entanto, não deve ultrapassar-se as
quatro a cinco chávenas diárias. O idoso, ainda que mais sensível à cafeína,
pode obter benefício do café, para aumentar o seu rendimento psicofísico. Além
disso, um café depois das refeições reduz a baixa de tensão caraterística dos
seniores.
O café contribuirá para a manutenção da função cognitiva na
terceira idade?
Sem dúvida. Numerosas evidências científicas demonstraram
que a deterioração cognitiva reduziu-se para metade nos indivíduos que faziam
um consumo regular de três chávenas de café por dia.
O café favorece as artroses? Não, sobretudo se for bebido em
doses moderadas (3 chávenas por dia). Esta doença crónico-degenerativa não está
associada ao consumo de café em doses moderadas. O mais importante é conhecer o
estilo de vida de cada pessoa e o seu regime alimentar, que influenciam o peso
corporal.
Será que o café propicia o aparecimento do Alzheimer?
De maneira nenhuma. Tem, inclusive, um efeito protetor
contra esta doença. Vários estudos têm demonstrado que o consumo regular de
café se relaciona inversamente com o risco de sofrer de Alzheimer.
Café incide no aparecimento do Parkinson?
Pelo contrário. Incide negativamente, ou seja, pode ajudar a
prevenir. Os dados obtidos a nível molecular confirmam a ação protetora da
cafeína em relação aos mecanismos celulares que conduzem ao Parkinson, por
exemplo, prevenindo a toxicidade dopaminérgica, responsável pelo dano causado
aos neurónios da substância negra.
Posto isto, vamos todos brindar com uma bica bem gostosa, aí
no café da esquina!
Tendo contribuído para a tranquilização dos avós, quanto a
este gostinho do café, evoco agora os meus próprios avós. Destes apenas conheci
os elementos femininos, guardando algumas memórias da avó paterna, já que a
materna nos deixou, na minha tenra idade. Da avó Rosa, a mesma que deu o nome
ao avozinho que tenho em casa, guardo uma imagem linda, ternurenta e um pouco
principesca! Recordo as suas visitas a nossa casa, que eram sempre aguardadas
com ansiedade. Sim! A pequenada perfilava-se para receber a avó Rosa, pelo
milagre que ela fazia, ali na nossa frente! Do seu amplo avental de fundas
algibeiras, tal como no milagre das rosas da rainha santa Isabel, caíam.....não
as flores para despistar alguém, mas as guloseimas que satisfaziam o apetite
daquelas boquitas curiosas. E... tendo em conta que a avó teria mais de uma
vintena de netos e da sua parte não havia descriminação... era preciso um
armazém... só para contentar a criançada!
Gratas memórias, nos deixou a avó Rosa. E... também, para
perpetuar as suas práticas de distribuição equitativa da “riqueza” cá deixou o
seu descendente que lhe herdou o nome e o património genético... tão rico! E
agora, este avozinho é a única pessoa que me resta desta “ínclita” geração de
guerreiros que se fizeram ao mar, à vida e deixaram o seu legado para as
gerações atuais.
Numa época de tanto alheamento da idade em questão, de tanta
absorção pelas atividades mundanas, faz-me alguma espécie a incúria com que são
tratados os avós! Tantos deles são depositados em lares, que nem sempre reúnem
as condições sanitárias e aí ficam ao abandono!
Àquele que convive comigo, faço-lhe sentir que não caiu, em
saco, roto todo o investimento do passado! Invejo-lhe a integridade moral,
intelectual e a lucidez de gente fina.
Ontem, numa pequena conversa sobre gente do seu tempo e
devido a uma pequena confusão sobre a identificação de dois amigos, tive a
infeliz ideia de argumentar, como defesa da asserção que fizera: - Eu ainda não
estou senil! Nem eu! - atalhou de imediato o avozinho! - Boa! Pensei eu, ufana
de ter um pai com quase 93 anos e que ainda tem uma resposta destas na ponta da
língua!
26.07.2012