PITADAS DE SAL – 21
A VIDA NAS ILHAS
Caríssima/o:
Monsenhor João Gonçalves Gaspar escreve em «Aveiro – notas históricas», 1983, na página 25:
“Formaram-se também bancos de areia na baía, que viriam a originar as ilhas da Testada, da Murraceira, dos Ovos, da Tranqueira, do Monte Farinha e outras – algumas delas já referenciadas no século XV.”
Atrever-me-ia a acrescentar algumas que para nós foram (e ainda hoje são importantes): da Mó do Meio, de Sama ou do Rebocho.
Da importância destas ilhas ninguém duvida, mas é sempre bom lembrar isso de quando em vez e referenciar que foi em algumas delas que se construíram as marinhas.
Falando de vida nas ilhas da nossa Ria logo nos vem à ideia qualquer coisa como:
«a riqueza das ilhas residia no junco que crescia no seco e no moliço que crescia debaixo de água. na ilha de monte farinha chegou a haver gado, de que se destacava a criação de cavalos.» [A. Cravo, no seu blogue]
Mas a vida de que falo é de outro grau…
Não nos faz cócegas na imaginação a existência de ruínas no Rebocho?
Havia casa, casa de pedra!... Só para fazer vista na paisagem?
E na Testada?
Casa com moinho para puxar água e fazer energia elétrica… relógio de sol… azulejos a revestir paredes… [Claro, está-se mesmo a ver… coleções, etc. e tal… ficou tão-só um montinho de restos inúteis e desprezados!...)
Certamente que gente terá habitado nessas ilhas…
Tenho como dado indiscutível o recenseamento de crianças em idade escolar habitando em ilhas na zona da Murtosa nos idos de cinquenta-sessenta do século passado.
Será mais um assunto a investigar e a desvendar?!...
Ou ficaremos sempre (e para sempre) na ficção?
Manuel