PITADAS DE SAL – 18
AS SALINAS
Caríssima/o:
Sendo um mês de cinco domingos, oferece-nos a possibilidade de procurar na arca uma poesia:
CENA V
«AS SALINAS»
(Salineiro, a solo, e côro)
I
Anda o sol pela ria
De manhã 'té noitinha;
Marnotos à porfia,
Botaram a marinha.
A água vai entrando,
- Espelho de cristal
E o marnoto, cantando,
Começa a rer o sal.
Côro - Ó salineiro
Anda ligeiro,
Olha que a chuva
Pode chegar.
E a salina,
Que é tua mina,
Se vem a chuva,
Tens de alagar.
II
Vai o sal para a eira,
Branquinho, a cintilar,
Em tardes de solheira
Ou noites de luar.
São montinhos de neve,
Na luz do entardecer,
Que o sol beija, ao de leve,
P'ra os não enegrecer.
Côro – Ó salineiro, etc.
III
E o marnoto - bom Deus!
Vendo o sal, seu labor,
Ergue os olhos aos Céus,
Reza a Nosso Senhor.
Depois, na canastrinha,
Segue o sal seu destino.
Serve para a cozinha
E baptiza o menino.
Côro - Ó salineiro, etc.
in Gente Miúda, Teatro infantil, Letra de Manuel Craveiro Júnior; Música de Manuel Craveiro Júnior e Amadeu Santos, Livraria Figueirinhas – Porto, 1945 [Fantasia musicada em 2 Actos, 4 Quadros e 12 números de música]
Manuel