domingo, 4 de março de 2012

OS IDOSOS ABANDONADOS






Têm sido muito frequentes, nos últimos tempos, as notícias sobre abandono de idosos nos hospitais, lares e nas suas residências, ao que se supõe, por causa da crise económica, que gera, naturalmente, crises sociais.Penso que o abandono de idosos sempre aconteceu através da história, com mais ou menos crises, que foram uma constantes na face na terra.

Se atualmente os abandonos dão mais nas vistas, isso deve-se à força da comunicação social, cada vez mais atenta às realidades sociais.Os núcleos familiares já não são o que eram, por razões conhecidas. 
Com frequência se verifica que as famílias vivem mais presas ao trabalho e à luta pelo seu bem-estar, pouco tempo e espaço lhes restando para o afeto e para o cuidado dos seus maiores.
Na minha meninice, em jeito catequético, pregava-se e ensinava-se nas igrejas o respeito e a veneração pelos anciãos. E contava-se a seguinte história:
Um dia, um filho conduziu o seu velho pai até ao cimo de um monte, para que ali esperasse pela morte que, no seu entender, não tardaria. Deixou-lhe algum comer e uma manta para se proteger das intempéries.
Ao despedir-se, o pai rasgou uma parte da manta e ofereceu-a ao filho, com esta advertência: "leva-a, para um dia a utilizares, quando o teu filho te trouxer, também, para o cimo do monte."O pregador concluía a história dizendo que o filho, com aquela lição, tão simples quanto convincente, pegou no pai e levou-o para o seu lar, onde o tratou com todo o amor.


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1 comentário:

  1. É de facto um problema premente das sociedades modernas, tão cheias de tudo e, paradoxalmente, minguadas de afeto. Aqueles que abandonam os idosos ou os maltratam, e há tantas maneiras de o fazer, ignoram a lei do retorno. Tudo aquilo que fizermos, cá na terra, ser-nos-á devolvido a dobrar. Acho que os nossos anciãos, para além de um repositório de sabedoria e experiência para os mais novos, são a nossa origem, a nossa ancestralidade. Merecem todo o nosso carinho, o nosso amor e devem ser tratados como se fossem pessoas VIP! É esta a minha forma de pensar, de agir e de partilhar! Além de tudo o mais, o que somos, a quem o devemos? A quem devo eu o "bichinho" da poesia? A quem devo eu o amor que tenho à minha língua materna? Quem me recitava as décimas dos Lusíadas, à lareira, nas longas noites de inverno? Quem é que me recitava o "Estudante Alsaciano" de cor, inculcando-me o sentimento patriótico, desde tão tenra idade? Quem foi, quem foi? O meu PAIZINHO, que ainda está bem vivo e já atravessou dois séculos!Muita saúde e bem estar lhe desejo!

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