7 de fevereiro
Sebastião Artur Cardoso da Gama (Vila Nogueira de Azeitão, 10
de abril de 1924 — Lisboa, 7 de fevereiro de 1952) foi um poeta e professor do Ensino Secundário.
Sebastião da Gama licenciou-se em Filologia Românica, pela
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1947, e exerceu a docência em
Escolas Industriais e Comerciais.
A sua obra encontra-se ligada à Serra da Arrábida, onde
vivia, bem retratada no livro Serra-Mãe, de 1945, e à sua tragédia pessoal
motivada pela tuberculose.
O seu Diário, editado postumamente, em 1958, é um
belíssimo testemunho da sua experiência como docente e uma valiosa
reflexão sobre o ensino. Trata-se de uma obra cuja leitura devia ser
obrigatória para todos os candidatos à missão de ensinar. E ainda para os
professores no ativo.
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Pequeno poema
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
Sebastião da Gama