Informar exige esclarecer-se
De quando em quando surgem notícias empoladas que, uma vez
esclarecidas, já não encontram disponíveis aqueles que as deram para clarificar
ou desmentir, se for o caso. As notícias referentes a casos que podem pôr em
causa a Igreja têm nos jornais os jornalistas de serviço que mostram uma
especial satisfação em dizer e em “morder”. Todos os dias há gente a reclamar
e, quando muito, lá se atira para uma página de letra reduzida um desmentido a
uma notícia que mereceu, ao dar-se, lugar de destaque.
No tempo em que as leis se respeitavam, obrigava-se a ser de
outra maneira. Mas agora, os directores estão longe, os chefes não querem
problemas, os colegas dizem que não é com eles e os tribunais sentenciam que
não houve má-fé. Uma figura histórica famosa de França dizia: “Menti, menti,
que alguma coisa fica!” E pronto, consciência tranquila e para a frente.
Porque, para atrás, o coice já está dado.
Menos mal que não é sempre assim e não falta, na comunicação
social, gente séria, correndo riscos, a remar contra esta maré negra.
António Marcelino