Celebra-se amanhã o 5 de outubro, dia da implantação da República, em 1910. Como já vem sendo hábito, poucos portugueses dão qualquer importância ao evento, limitando-se apenas a viver um dia de descanso ou de lazer, quando não a outras actividades. É assim, por norma, com a maioria dos nossos feriados, que não estão, há muito, na alma do povo.
Quando se fala em eliminar feriados cai o carmo e a trindade, como se eles correspondessem a dias festivos que já não são. Por isso, a crise também devia levar-nos a resolver esta questão de uma vez por todas.
O 5 de Outubo, a que associamos a República, ainda está, curiosamente, associado a outro evento famoso, o Tratado de Zamora, 1143, que estabeleu esta data como a da Fundação da Nacionalidade, com D. Afonso Heniques no lugar de primeiro rei português. Os monárquicos, como há muito fazem, vão celebrar esta efeméride em Coimbra, no Mosteiro de Santa Cuz, onde o rei fundador está sepultado. Discursará D. Duarte João, na qualidade de descendente de D. Afonso Henriques. Porém, para cerimónias evocativas da nossa história nem será preciso decretar feriados. O povo saberá sempre honrar a sua história livremente.
FM