ZIGUEZAGUES E RUMO CERTO
Georgino Rocha
O clima social suavizado pela esperança da mudança eleitoral parece entrar em turbulência assustadora: do bolso de cada um ao capital de empresas e instituições, da expectativa confiante à reserva prudente e cautelosa, da crise soberana à convulsão ética e cultural. É mais um sintoma dos ziguezagues existenciais que exigem um rumo certo.
A mudança faz parte do ritmo da vida pessoal e colectiva. Embora haja um princípio de permanência, há outro de andamento e pausa, de evolução e transformação, gerador de novas formas de ser e de estar na vida. Respeitar e conciliar os elementos constitutivos da humanidade é abrir “janelas” a realidades mais profundas, a verdades mais sublimes; é aceitar um novo dinamismo que está discretamente presente em todo o processo de mudança e pretende dar-lhe um sentido positivo, digno da condição humana chamada a superar os seus limites e a procurar o Infinito.
Esta presença revigorante não é apenas a de uma energia vital difusa espalhada no universo; nem a de uma seiva fecundante da natureza ao ritmo dos seus ciclos; nem a de uma força transcendente manipuladora das tendências humanas ou a de um ser inominado anulador das capacidades pessoais e responsabilidades colectivas. Não.
É sim a de Jesus Cristo que, por meio do Seu Espírito, se faz companheiro solícito, guia seguro, mestre qualificado, libertador de medos e angústias, de cansaços e jugos pesados, agente de leveza e suavidade, modelo assertivo e perfeito da realização plena de cada um de nós e de todos os humanos.
“Dá-me o teu coração fatigado” – pede cheio de solicitude a quem o acompanha nas suas viagens apostólicas ao longo dos tempos, acrescentando, logo de seguida, em jeito de promessa realizada: E Eu te aliviarei das amarras e dos pesos que te cansam.
Aprende comigo a ser manso e humilde, e encontrarás paz interior, descanso para as ansiedades e ritmo para a agenda de cada dia.
Aceita o meu suave jugo de amor e verás os teus vazios totalmente preenchidos e as tuas turbulências bem controladas, o equilíbrio do teu mundo emocional a proporcionar-te uma surpreendente harmonia; verás uma humanidade nova a crescer qual primavera florida.
Experimenta como é leve a minha carga, feita doação e serviço, cuidado desvelado pelos “pequeninos” que se abrem e confiam à beleza do amor do Pai, o Deus da sabedoria e da inteligência, da verdade e da comunhão relacional.
Faz dos ziguezagues da vida um itinerário esforçado com rumo certo: aprender de mim, seguir os meus passos, confiar sem reservas, servir gratuitamente.