domingo, 8 de maio de 2011

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 236

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 19 




BICICLETA DE RODA ELEVADA 

Caríssima/o:

Creio que ao olharmos para a imagem que aí fica muitos recuarão para os seus tempos de Feira de Março onde se apreciavam os malabaristas... 
Pois, sendo uma invenção francesa, após a guerra de 1870, foi em Inglaterra que o velocípede se vai desenvolver com maior rapidez. 
James Starley idealizou um biciclo, baptizado de "Gran-Bi"... Esta invenção foi patenteada pelo nome de Ariel... 
A fabricação da bicicleta de roda elevada, foi uma resposta directa às limitações do velocípede. Foi necessário o aumento da roda dianteira (chegou a 152 centímetros) para um ganho de velocidade e conforto se comparado ao seu rival... 
A diminuição da roda traseira foi obrigatória, para o ganho de estabilidade. O selim foi colocado quase que acima do cubo dianteiro para fornecer uma ciclística considerável... A bicicleta de roda elevada tinha chegado a um estágio de desenvolvimento em que a sua velocidade e o conforto realmente eram bons... 
O problema é que pela sua altura, os acidentes como tombos e ataques de animais raivosos, deixavam o condutor "quebrado"... Diga-se de passagem, muitos ciclistas morreram devido aos tombos com a bicicleta de roda elevada... Chegou-se ao ponto da indústria de armas desenvolver arma e munição (velodog) para que o condutor em caso de ataque canino mantivesse a sua integridade física... 
Este veículo, avalizado pela Starley & Smith, esteve em fabricação por mais de dez anos... 
O selim passou para uma posição imediatamente atrás do guiador. Para subir existiam degraus dispostos ao longo do quadro. 
Os raios deixaram de ser em madeira e passaram a ser em ferro mas continuavam a ser perpendiculares à jante. Para conforto do ciclista o selim passou a ter uma mola. 
O sistema de travagem, tal como no velocípede de Michaux, utilizava a técnica do atrito de uma peça metálica sobre a roda. Nos modelos mais tardios apareceu uma alavanca sobre o guiador a qual permitia accionar o travão. Uma vez que a roda posterior se tornou quase simbólica o conjunto tornou-se cada vez mais desequilibrado. A fim de diminuir o risco de uma queda para a frente, o sistema de travagem foi transferido para a roda posterior. 
E para concluir, digamos só que, na mesma época em que a Grande-Bi se desenvolvia na Europa, alguns fabricantes americanos punham em causa o seu fundamento. Ao reduzir ao mínimo a roda motriz anterior e ao desenvolver desmesuradamente as dimensões da roda posterior apenas conseguiram substituir as quedas para a frente por quedas para trás. 
Na realidade era necessário evoluir para máquinas com o centro de gravidade mais próximo do solo. 

 Manuel

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