Luís de Camões
Rua Luís de Camões
Homenagem ao Príncipe dos Poetas Portugueses
A Rua Luís de Camões é mais conhecida pela rua da escola da Cale da Vila. Estende-se desde a rua D. Manuel Trindade Salgueiro até à rua João XXIII. Trata-se de uma via com grande movimentação de pessoas e veículos, e a ela estão ligadas outras que sustentam o acesso ao casario intenso que se tem construído naquela zona da Gafanha da Nazaré.
Sendo indiscutível que a Chave foi o ponto de partida para a Gafanha da Nazaré dos nossos dias, a verdade é que a Cale da Vila se tornou no primeiro pólo de desenvolvimento da nossa terra, situando-se ali as principias indústrias e comércio ligados ao mar.
Depois destas curtíssimas notas, viremo-nos agora para o “patrono” desta rua, o mais cantado poeta português, ou não tivesse ele a dita de estar associado ao Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Com justiça, em nossa opinião, embora haja quem o queira destronar do lugar cimeiro dos poetas lusos.
A sua imortal obra — “Os Lusíadas” —, que deu tantas dores de cabeça aos estudantes de gerações passadas, imortalizou os feitos dos portugueses, desde a fundação da nacionalidade até à data em que o poeta escreveu o seu famoso poema épico, à volta da viagem de Vasco da Gama à Índia.
Essencialmente por isso, mas também pela sua obra lírica, que muitos consideram superior à sua veia épica, acho que Camões está bem no pódio dos nossos escritores, lugar que lhe permite ser badalado ano após ano. Seria bom que, ao menos na data da sua morte, 10 de Junho, os portugueses sentissem apetite pela leitura de uma ou outra estância de “Os Lusíadas” ou de algum dos seus sonetos, tão expressivos e musicais.
Provavelmente natural de Lisboa, onde nasceu em 1524 ou 25, Luís de Camões escreveu o seu poema depois de levar uma vida agitada, cheia de aventuras e de amores. Foi boémio e desregrado, soldado na Índia e em Macau, extraindo das suas andanças experiências múltiplas que plasmou na sua obra poética.
Regressa definitivamente a Lisboa em 1569, publicando “Os Lusíadas” em 1572. Tinha 47 anos.
O seu poema alcançou enorme êxito, contando com uma censura inesperadamente branda. Apesar disso, continuou a viver pobremente, tendo-lhe sido atribuída uma tença de 15 mil réis. Morreu em 10 de Junho de 1580, precisamente no ano em que Portugal passou a ver no trono Filipe II de Espanha.
Depois da sua morte, D. Gonçalo Coutinho mandou gravar uma lápide para a sua campa com a seguinte inscrição: “Aqui jaz Luís de Camões, Príncipe dos Poetas de seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu.”
Fernando Martins