segunda-feira, 14 de junho de 2010

No Ocidente, qualquer bizarria está mais defendida de críticas que a Igreja

«Não só o cristianismo é a única ideologia que hoje se pode atacar sem violar a tolerância, mas nele o padre é o aspecto mais desprezado. No Ocidente, a Igreja, mesmo se marginal, não goza do estatuto protector de minoria. Qualquer bizarria está mais defendida de críticas que ela. Tendo sido cultura dominante durante séculos, a crítica ao catolicismo é, no actual quadro de rebeldia adolescente, emblema de modernidade e progressismo, mesmo entre católicos. Aquilo que seria intolerável contra outros grupos sociais é comum com a Igreja em geral, e os padres em particular. Eles são, pode dizer-se, a menos respeitada de todas as profissões aceitáveis. Admira-se este ou aquele clérigo, mas o conjunto não presta. Assim, a surpreendente decisão de Bento XVI inclui uma serena mas contundente provocação à opinião dominante, levando os fiéis a meditarem sobre tudo o que a comunidade recebe das mãos e ministério dos sacerdotes.»

João Cesár das Neves no DN de hoje

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