O fenómeno Avatar
Por Alexandre Cruz
1. Ninguém duvida da força do mundo da imagem, dos impérios dos cinemas, do quanto eles reflectem, de um modo ou de outro, a realidade do mundo que vivemos; os seus bens ou os seus males, as suas angústias e aspirações. É uma multidão de actores imortalizados, e é um mundo que acompanha continuamente os desenvolvimentos da sétima arte, o cinema. As mais famosas películas cinematográficas são espelho de culturas e crenças, retratam momentos históricos decisivos, partilham mundialmente as mais belas paisagens; abrem-nos ao mundo do imaginário, digital, ficção, fazendo-nos ver o invisível. Mas também o cinema reflecte a violência que vai nos corações, a inveja e a corrupção que persiste, podendo quase ser uma sedutora escola de crime.
2. Quanto ao mundo do cinema, dir-se-á, nem o elogio nem o desprestígio; mas todo o cuidado, atenção e zelo em termos da inevitável impressão que a imagem grava do olho e na mente humana. Há filmes que apelam ao melhor e ao pior; cenários humanos que fascinam e outros que são tremendos. Tem vindo a crescer o uso da violência para cativar, como o mundo místico para envolver. Há realizadores históricos que têm gerado autênticos fenómenos de bilheteiras, que antecipam o mundo futuro. É obrigatório falar de Cameron, o realizador dos vários recordes. Após o filme Titanic (1997) James Cameron, após muitos anos de preparação, lança o seu último filme recordista, superando-se a si próprio. AVATAR é a nova história proposta que ilude, pelo divino, quem mergulha no mundo distante Pandora.
3. Mas o que se passa nesse imaginário mundo Pandora? Diz quem vê o filme criticamente que ele provoca sentimentos perigosos em termos existenciais e muito influenciadores para quem não está preparado. Por estranho que pareça, nos EUA a idade mínima está acima dos 10 anos; em Portugal, 6 anos foi considerada a idade ajustada. Preocupante? Diante de tal “poder”, força e fascínio do imaginário, todos os cuidados e atenções são sempre poucos…