O MEU NATAL
A noite de Natal. Em meu país, agora,
O que não vai até ao romper do dia, a aurora!
As mesas de jantar na cidade e na aldeia,
À luz das velas, ou à luz duma candeia,
Entre risadas de crianças e cristais
(De que chegam até mim só ais, só ais)
Dois milhões de almas e outros tantos corações,
Pondo de parte ódios, torturas, aflições,
Que o mel suaviza e faz adormecer o vinho:
São todas em redor duma toalha de linho!
António Nobre