partilhada
1. Os tempos que correm, dos cenários sociopolíticos nacionais às conjunturas internacionais, despertam-nos para uma consciência de que na equipa reside o futuro. Quanto mais soubermos harmonizar as diversidades melhor será o resultado final. Se a década de quarenta, com o final da II guerra já havia decretado o fim dos nacionalismos e por isso dos individualismos, a queda do Muro de Berlim recentemente assinalada (09-11-1989) confirmou esse fim do período em que parecia que as individualidades tinham razão de existirem por si mesmas. De Europa aberta na nova conjuntura ao mundo da globalização, somos descentralizados da concepção fechada que antes parecia tudo…
2. Se os homens haviam estabelecido – e vivido essa ilusão – de que as fronteiras de estado seriam a meta definitiva, a própria transnacionalização dos problemas mundiais (da energia, do ambiente, da crise financeira…) que estão na ordem do dia mostram cabalmente que o fechamento corresponde ao paradigma passado. Abrem-se novas dimensões à percepção dos valores, aos diálogos entre as culturas e as religiões, ao saber partilhar a opinião do outro, lendo as suas diferenças numa linha de complementaridade e não de contraposição onde o ter e o poder não podem ser mais as ideias força. Mas um problema de fundo persiste: não se pode nem obrigar todos a convergir para a mesma noção de responsabilidade (nada se consegue impor desse modo), como também uma nova libertinagem desordenada não pode tomar conta da praça social.
3. Avizinham-se anos e décadas, na alta rodagem e mobilidade das gentes e das modas de pensar (ou do não pensar!), em que virá ao de cima a qualidade de sabedoria de cada um e de todos. As tendências para a liberdade sempre mais aberta poderá conduzir ao “caos”, não é novidade esta afirmação. Talvez a contextualização das liberdades numa óptica de responsabilidades partilhadas seja a via essencial. Como a Escola e a Família a conseguem ensinar?